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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
gertrude bell (www.gerty.ncl.ac.uk/)
Invictus
Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find me, unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate;
I am the captain of my soul.
William Ernest Henley
Waiting for the break of day
Searching for something to say
Flashing lights against the sky
Giving up I close my eyes
Sitting cross-legged on the floor
25 or 6 to 4
Staring blindly into space
Getting up to splash my face
Wanting just to stay awake
Wondering how much I can take
Should I try to do some more
25 or 6 to 4
Feeling like I ought to sleep
Spinning room is sinking deep
Searching for something to say
Waiting for the break of day
25 or 6 to 4
25 or 6 to 4
SIEMPRE
Aunque los pasos toquen mil años este sitio,
no borrarán la sangre de los que aquí cayeron.
Y no se extinguirá la hora en que caísteis,
aunque miles de voces crucen este silencio.
La lluvia empapará las piedras de la plaza,
pero no apagará vuestros nombres de fuego.
Mil noches caerán con sus alas oscuras,
sin destruir el día que esperan estos muertos.
El día que esperamos a lo largo del mundo
tantos hombres, el día final del sufrimiento.
Un día de justicia conquistada en la lucha,
y vosotros, hermanos caídos, en silencio,
estaréis con nosotros en ese vasto día
de la lucha final, en ese día inmenso.
Pablo Neruda
Numa noite de frio, nada como encontrar uma cama quente à sua espera. Uma cadeia de hotéis resolveu inovar para garantir a seus hóspedes esse conforto. A rede contratou funcionários para deitarem na cama dos clientes para aquecer seus leitos, fazendo as vezes de um aquecedor humano.
Hummm.....pode ser que me engane mas vejo aqui a mãozinha do Pinto da Costa na sua vertente pimp da fruta...
Estive a ver o quadro do Público sobre a progressão de chumbos (opps...esta palavra foi banida pela outra fulana) e desistências por géneros. Não é novidade. Já sabíamos que cada vez mais são as raparigas que acabam os estudos e os rapazes que desistem - elas chumbam muito menos que eles. Aliás, notamos no secundário que cada vez mais as turmas têm uma maioria de raparigas, mesmo em áreas que tradicionalmente tinham muito mais rapazes.
A questão interessante está na interpretação destes resultados.
Um tal Nuno Leitão diz disparates: que é perverso avaliar instâncias cognitivas com o comportamento. Evidentemente que os professores (que em todo o artigo são dados como culpados do assunto -what else is new?) não fazem testes de inteligência aos alunos e não avaliam as suas instâncias cognitivas, os professores avaliam o trabalho realizado, ou não realizado - dito de outro modo, uma classificação de 5 em 20 não significa que o aluno seja burro, apenas que o seu trabalho foi classificado desse modo - o que geralmente se deve a falta de estudo, empenho, persistência, mau comportamento, etc. É por isso que o comportamento entra para a classificação: é por sabermos que o comportamento e atitude dos alunos em sala de aula afecta directamente a sua prestação, a sua concentração, o seu trabalho e, por consequência, os seus resultados. Se calhar os países ocidentais deviam rever as suas políticas de endeusamento da irreverência juvenil. Querer usar os jovens para ganhar dinheiro impingindo-lhes novelas e playstations e pornografia, e depois querer que sejam responsáveis e trabalhadores e atentos são coisas incompatíveis.
Bem, e os colégios não são exemplo do que se passa nas escolas públicas, porque geralmente têm pais que podem dar suporte em casa, e isso faz toda a diferença.
Eu acho que esta é uma questão cultural que associada ao desinvestimento na educação e à degradação da vida das pessoas encontrou terreno fértil para crescer.
As raparigas, mais que os rapazes, são ainda, por razões culturais, mais controladas pelos pais, nomeadamente no que respeita à liberdade nas saídas nocturnas. Porque os pais sentem que têm de ter mais cuidado com a vigilância delas cuidam mais da sua educação e acompanham-nas mais. Sobretudo as mães. Já os rapazes têm menos controlo parental fora e dentro de casa. Passam a noite e a madrugada nos pcs ou psts. A juntar a isto vem toda a desresponsabilização dos alunos na assiduidade e estudo, que são quase desnecessários, hoje em dia, para se ir passando alegremente, e isso reforça a atitude de desleixo dos alunos - o facto dos professores terem turmas cheias de alunos e muitas turmas torna quase impossível um acompanhamento personalizado, de modo que, ou eles têm um suporte suplementar em casa, ou não têm. Ora a degradação da vida das pessoas deixa-as sem dinheiro, stressadas e sem resiliência para aquele acompanhamento que tem de ser forte e perseverante mas cheio de paciência, que é o necessário para filhos em idade escolar.
As mães, ainda assim, sempre são mais próximas das miudas. Os garotos andam um pouco à solta e ao 'Deus dará'. É claro que estudar é a última coisa que lhes apetece fazer.
Onde não há obrigações e os miúdos crescem à solta não há aprendizagem, logo não há liberdade de opções de futuro também - reduz-se a vida ao mínimo material embrutecido.
Eu só acho graça que se fossem as raparigas a ter pior nota, achar-se-ia normal e não levantaria problemas e, sobretudo, não se usaria a falácia argumentativa de que as professoras, por serem mulheres, descriminam os rapazes. Aliás, o próprio argumento que alega que os rapazes, com certeza estão a ser descriminados, ou mal avaliados por professoras, tem implícita a premissa de que, naturalmente, os rapazes são mais inteligentes que as miúdas - logo, não é possível estarem a ficar para trás.
Nem é verdade que os rapazes sejam melhor na geometria ou espacialização por questões de factor 'y' - pelo contrário, há muitos estudos a mostrar que essa é uma questão cultural, e por isso, sujeita a mudanças se os padrões culturais mudarem: o que já se vê no facto das raparigas já terem melhores resultados nas disciplinas que usam a matemática e a geometria.
Fazer interpretações simplistas, sexistas e apressadas é tão errado que geralmente é por causa disso que depois de fazem reformas que em vez de melhorarem os sistemas os pioram. Essas teorias das professoras mulheres fazem lembrar aquelas outras antigas que diziam que se os rapazes fossem educados por mulheres (mães solteiras ou viúvas) sem a presença de um homem ficavam todos homossexuais. É certo que nunca se ouviu o argumento sexista contrário acerca de raparigas educadas por homens sem figura materna...
Várias colegas na escola à espera que a legislação não tenha efeitos a partir de Janeiro mas da data da publicação do diploma para porem o papel da reforma sem os 6% de penalização.
A revolta das pessoas é notória - uns trabalham e cada ano vale a dobrar e têm três reformas e outros trabalham e cada ano vale metade e no fim também têm meia reforma.
Falava-se hoje na sala de profs - este primeiro ministro e quejandos puseram o país na miséria económica e moral. Destruíram ariqueza e quebraram o ânimo das pessoas.
As conversas das escolas estarem pacificadas é uma mentira. Os prejuízos e injustiças deste acordo, uns viram-nos logo, e outros aos poucos estão agora a ver.
Todos os animais são iguais mas uns são mais iguais que outros...os porcos são os 'mais iguais'.
Isto dos nomes das pessoas vem por ondas ou modas. Agora os rapazes são todos Afonso ou Dinis ou Rodrigo.
Até há muito pouco tempo praticamente ninguém tinha o meu nome. Basta dizer que em mais de vinte anos de aulas nunca tive uma aluna Beatriz. Quando era mais nova detestava o meu nome porque as únicas pessoas que tinham o meu nome eram, a minha avó materna -de quem herdei o nome- e uma prima velhota. Achava que Beatriz era nome de velha. Com o tempo a coisa foi melhorando porque comecei a dizer a mim própria que partilhava o nome com algumas rainhas e isso tinha graça. Agora, de repente, em qualquer sítio só ouço 'ó Beatriz' - volto-me por reflexo e é claro: não é a mim que chamam mas sim uma miudinha qualquer com 3 ou 4 anos. Já enjoa, que diabo! Começo a não achar outra vez graça ao nome, mas agora porque parece que toda a gente o tem!
Problemas de internet são chatos. Cai o sinal, volta, cai outra vez....vem o doctor da net, passa aqui horas...experimenta isto, experimenta aquilo, liga, desliga, reinicia vezes sem conta: diagnóstico: drives desactualizadas! Humilhante..
Na minha escola, uma funcionária que lá trabalha mais ou menos há tanto tempo quanto eu, que estou ali há cerca de 17 anos, ainda é contratada! Como esteve doente o mês passado, só recebe vencimento depois da segurança social mandar um papel para a escola para que esta envie para Lisboa o pedido do vencimento. Como os pedidos dos vencimentos vão para Lisboa ao dia 4 de cada mês, se o papel da Segurança Social não chegar a tempo, fica esse mês sem receber. Ora, foi exactamente o que aconteceu. A senhora, que já de si ganha mal - ao fim de, pelo menos, 17 anos de trabalho recebe 500 euros, este mês não recebeu. Organizou-se entre os professores e os outros funcionários uma recolha de fundos para que ela possa ter o mínimo dos mínimos para sobreviver este mês. Ela tem dois filhos, que por acaso foram meus alunos. Um já é adulto mas o outro ainda anda lá a estudar.
Andamos nós a substituir o Estado nos seus deveres.
Isto é uma vergonha! Andam estas pessoas uma vida inteira como contratadas pelo Estado que deveria dar o exemplo de empregador sério. Ganham uma miséria ao fim de duas décadas de trabalho.
Andam uns a engordar com os dinheiros públicos para outros estarem assim, dependentes da boa vontade de terceiros.
Este fim de semana tinha aí uns 80 trabalhos para corrigir, um teste de recuperação para fazer (há alunos que chegam ao limite de faltas para fazerem um teste de recuperação com o intuito/esperança de verem todas as faltas relevadas e ficarem em melhor situação que todos os colegas cumpridores...é o novo estatuto do aluno que o permite), um trabalho para fazer no âmbito do Congresso da Universidade Nova para avaliação e creditação, uma semana de aulas para preparar em diversas disciplinas, umas cartolinas para ver e classificar. Disto tudo só fiz o teste de recuperação e a preparação das aulas. O resto, népias, nada, zero, niente, nadia.
Eu procastrino, tu procastrinas, ele procastrina, nós procastrinamos e o país fica procastrinado, protelado, adiado, lixado.
Às vezes a vida é assim
Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, will I go
Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired
There's a ghost on the horizon
When I go to bed
How can I fall asleep at night
How will I rest my head
Oh I'm scared of the middle place
Between light and nowhere
I don't want to be the one
Left in there, left in there
There's a man on the horizon
Wish that I'd go to bed
If I fall to his feet tonight
Will allow rest my head
So here's hoping I will not drown
Or paralyze in light
And godsend I don't want to go
To the seal's watershed
Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, Will I go
Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired .
A arte tem virtudes terapêuticas de sublimação vital.
A Gulbenkian vai ter uma exposição só de naturezas mortas (os ingleses chamam-lhes 'still life' o que é mais exacto porque é mais disso que se trata - figuras 'paradas') em duas partes. A primeira de Fevereiro a Maio, com pinturas dos séculos XVII e XVIII, a segunda lá para Outubro, com pinturas dos séculos XIX e XX.
Mal posso esperar! Adoro naturezas mortas de todos os géneros: mesas de refeição, caça, objectos, etc. Gosto especialmente das de flores e das Vanitas. Gosto de explorar a simbologia da transitoriedade da vida e do efémero nos elementos da pintura.
Dessas que se seguem, de que gosto muito, a primeira é a típica pintura Vanitas com a caveira a indicar a fatalidade da morte em contraste com os objectos da vida transitória - o relógio (vida) parado, a espada (violência) de guerra, o livro (o conhecimento),a música...
A segunda pintura é lindíssima. Objectos iluminados num fundo escuro um bocadinho assustador. A luz que ilumina os objectos ricos parece ténue e parece ser a única coisa que os retira -por momentos- da escuridão opressiva da não-vida. Como a dizer-nos que estamos aqui, mesmo se na maior riqueza, por breves momentos,enquanto a luz incide sobre nós. Depois, voltamos à escuridão de onde viémos.
A terceira é uma natureza morta do tipo chamada 'metafísico', do século XX, pintada a seguir à Primeira Grande Guerra, do Chirico. Gosto imenso dela. Parece perguntar 'onde ficou, na História, no progresso e no Tempo (representados pela parede e pela locomotiva) o ideal de Homem (representado pela cabeça grega) que se acalentava construir?'
STEENWIJCK
Willem Kalf
De Chirico
O maestro é o mesmo do 1º movimento tocado pelo Yo Yo Ma no post anterior, mas aqui conduz a Jacqueline Du Pré -que teve o fim trágico que se sabe- com quem era casado à época. Ela toca com uma intensidade e uma paixão visíveis na maneira como sente a música até aos ossos. Absolutamente comovente.
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