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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
A situação de impasse na educação faz lembrar as situações em que terroristas tomam de assalto uma instituição - um banco, por exemplo - e depois mantém pessoas reféns até conseguirem os seus objectivos. Foi assim nos últimos 4 anos: 3 pessoas tomaram conta do ministério da educação e fizeram dos professores reféns, lançando o terror por toda a parte, com a anuência do chefe.
Ameaças de despedimento, de processos disciplinares, de retaliações, de despromoções. Subornos encapotados para dividir as fileiras. Gente enfiada em trincheiras. Os negociadores vendidos. Uma guerra onde houve mortos em combate - houve quem morresse por lhes ter sido recusada 'licença para terem cancro, ou para serem operados, etc.' O terror chegou a tanto...
Agora que se proclama o início de um mandato de paz, por assim dizer, a primeira coisa quea nova equipa podia fazer era libertar alguns reféns como prova de boa fé. Isso é absolutamente necessário, dado o grau de desconfiança dos professores relativamente a tudo o que sai da 5 de Outubro.
O básico:
1. Anular os processos e ameaças lançadas sobre os professores a propósito da (não) entrega dos objectivos.
2. Rever o ECD acabando com o aborto da divisão da carreira. É um cancro que ainda não parou de produzir metasteses. É preciso acabar com ele antes que tudo fique corroído.
3. Suspender este modelo de avaliação que já é só um farrapo que mal tapa as vergonhas.
4. Alterar o modelo de gestão escolar. Pode muito bem legislar-se no sentido de os directores nomeados irem a votos no fim deste ano, ou no próximo. Eu bem sei que é uma tentação para o(s) poderes políticos terem um sargento dentro das escolas pronto para obedecer às ordens, 'no matter what'. Mas os custos de uma gestão anti-democrática são muito elevados, mesmo que não se vejam no imediato.
5. Parar com a transferência de poderes para as autarquias antes que estas destruam completamente as escolas.
Se estas coisas ficam na mesma ou vão ser sujeitas a negociações(...?) longas com sindicatos é sinal de que não haverá tréguas e a intenção é levar a destruição da escola pública até ao fim.
Os professores tiraram a maioria ao PS eentregaram os votos a outros partidos, confiando nas suas intenções expressas em palavras de compromisso.
Espera-se honra.
para ouvir alto
Na TSF
A TSF sabe que José Sócrates continua determinado em seguir em frente com o processo de avaliação dos professores com a nova ministra da Educação, Isabel Alçada. A ajudar está o facto de a avaliação dos professores se encontrar numa fase avançada, sendo que cerca de 50 por cento dos docentes já passaram pelo processo. O PCP e o Bloco de Esquerda já avançaram com iniciativas parlamentares propondo a suspensão do modelo de avaliação dos professores e o fim da divisão da carreira entre titulares e não titulares. Para mais tarde, fica a definição de um novo modelo e de novas regras. O PSD não tem ainda elaborada a proposta que levará ao Parlamento. Enquanto, o CDS-PP, que também já identificou esta como uma prioridade, não adiantou contudo se proporá um outro modelo Isabel Alçada vai seguir com actual modelo de avaliação dos professores
Hoje às 00:31
Grandes títulos nos jornais sobre as intenções do governo de suspender a avaliação dos professores!
O cancro do sistema foi a divisão da carriera em duas categorias. É nisso que importa mexer. É isso que está a implodir toda a estrutura. Enquanto não mexerem nisso (e nas quotas para a progressão) tudo não passa de cosmética.
Ontem estive a ver no blog do MUP o vídeo da intervenção da nova ministra no congresso do PS. Não fiquei bem impressionada: grandes elogios à política da outra; a conversa recheada de elogios ao Magalhães, ao apoio que o ministério deu às famílias (?!) e o resto é aquela conversa reecheada de... 'as crianças, as crianças, as crianças...'.Não me pareceu um discurso à altura da gravidade dasituação.
Espero francamente que tudo isto não venha a ser mais do mesmo. Acho que as pessoas explodiam de vez.
Estou expectante do discurso inaugural da ministra para tomar o pulso ao que aí vem.
For Emily, Whenever I May Find Her
What I dream I had:
Pressed in organdy;
Clothed in crinoline of smoky burgundy;
Softer than the rain.
I wandered empty streets
Down past the shop displays.
I heard cathedral bells
Tripping down the alley ways,
As I walked on.
And when you ran to me
Your cheeks flushed with the night.
We walked on frosted fields of juniper and lamplight,
I held your hand.
And when I awoke and felt you warm and near,
I kissed your honey hair with my grateful tears.
Oh I love you, girl.
Oh, I love you.
O processo da criação literária e da evolução intíma do escritor cristalinamente explicado.
O movimento que vai do facto à emoção do facto, do objectivo ao subjectivo, do exterior ao interior.
Palavras com peso, de acordo com o estilo do autor.
Uma conversa interessante. Curta. Sabe a pouco. Apetecia ouvi-lo mais.
Diário Digital
Um dos primeiros operacionais da Al-Qaeda, Abdullah Yusuf, juntamente com o General Leonel Carvalho, ex-antigo chefe do gabinete de segurança interna do Governo português, vai apresentar no próximo sábado, dia 24 de Outubro, o novo romance de José Rodrigues dos Santos, «Fúria Divina».
Segunda a Gradiva, «Abdullah Yusuf reuniu-se por diversas vezes com Osama Bin Laden no Afeganistão e foi autor de um atentado reivindicado pela Al-Qaeda. Contactado por José Rodrigues dos Santos durante o processo de pesquisa para a obra «Fúria Divina», tornou-se consultor deste romance protagonizado por Tomás Noronha sobre o islão radical».
A apresentação de «Fúria Divina» está agendada para a praça central do Centro Colombo, em Lisboa, às 17h00, num evento aberto ao público. A editora revela ainda que a apresentação do livro contará também com a representação teatral de uma cena do livro, a cargo do grupo de teatro Fatias de Cá, de Tomar.
Eu, de facto, dou comigo muitas vezes a marchar ao contrário do batalhão, como dizia o Popper. Devo ser um bocado anormal...Por exemplo, não sou de grandes moralismos, mas esta notícia choca-me. O ar prazenteiro do jornalista na publicidade ao seu livro onde se destaca o nome dum tipo da Al-Qaeda que esteve envolvido e reivindicou atentados terroristas; quer dizer,esteve envolvido no planeamento e muito provavelmente, morte, de pessoas.
É que não se trata de alguém que viveu, por acaso, naquele meio. Não! Nem se trata do caso de um livro que pretende documentar, para o qual o autor contactaria (contactar, não contratar!) um 'insider'. Não, não. Trata-se de um romance. E a publicidade gaba-se de ter tido como consultor, e agora apresentador, um terrorista. É o título da notícia! E a coisa mete teatro e tudo!
De facto, isto tudo é uma farsa...e isto é o cúmulo do relativismo moral e da submissão de todos os princípios ao rei vaidade e dinheiro. Pois para vender um livro não há pudor em aproveitar, pagando, comercializando, os conhecimentos que alguém conseguiu à custa de aterrorizar, à custa de assassinar.
O mesmo indivíduo que comenta na TV a morte chocante de pessoas às mãos de terroristas, contrata-os no dia a seguir para vender mais cópias do seu romance?
Estarei a pensar mal? É que não vejo um único comentário a uma coisa que, pessoalmente, acho perversa.
Será que o terrorista foi recebido como um VIP? Na apresentação do livro vai contar qual é a melhor maneira de matar muita gente ao mesmo tempo? De apredejar mulheres? Vai gabar-se de conhecer o Bin laden? De ter contribuido para o 11 de Setembro, por exemplo? E depois vai dar autógrafos?
Às vezes é difícil uma pessoa não se sentir uma outsider desencaixada neste planeta.
So close, no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
and nothing else matters
Never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
All these words I don't just say
and nothing else matters
Trust I seek and I find in you
Every day for us something new
Open mind for a different view
and nothing else matters
never cared for what they do
never cared for what they know
but I know
(...)
vincent van gogh amendoeira em flor
(...)
"É curioso que em inglês, a palavra azul (blue) represente tanto o que é depressivo como o que é transcendente; que seja, ao mesmo tempo, a cor da santidade do céu e da pornografia. Talvez isto se deva ao facto da cor azul ficar bem como fundo - os artistas usam-no para criar o espaço nas suas pinturas; as estações de televisão usam-no como fundo onde podem sobrepor outras imagens - de tal modo que representa um lugar que está fora da vida normal, para além, não só do mar mas do próprio horizonte.
Fantasia, depressão e Deus são azuis nos recantos mais misteriosos da nossa consciência.
Até ao século dezoito dizia-se 'blew' (sopro), o que me faz pensar, às vezes, nas calmarias equatoriais - as áreas entre os trópicos de Cancer e de Capricórnio onde os marinheiros chegavam a esperar semanas por uma brisa que soprasse e os deixasse seguir viagem."
Victoria Finlay, Colour, Travels through the paintbox, Folio Society, London
A arte...deve fazer mais do que apenar dar prazer: deve ter uma relação com a nossa própria vida de modo a alimentar a nossa energia espiritual (Sir Kenneth Clarck, Looking at Pictures)
Temos nova ministra.
Da outra que finalmente se desencostou nem me apetece falar. Espero não ter de a ver nunca mais, nem sequer por acaso.
Da nova ministra espera-se melhor. Mas eu, pessoalmente, não estou numa de lhe dar estado de graça. O primeiro ministro e os seus homens de mão são os mesmos, e já os conhecemos de gingeira, como se costuma dizer. Não há tempo para estados de graça. Isso foi na outra legislatura.
Espera-se que a pessoa que aceitou agora a pasta saiba exactamente ao que vai, e não tente fazer mais do mesmo mas com ar simpático.
No entanto, desejo-lhe mérito, mais do que sorte, porque sorte, teve a outra, coisa que só serviu para que escondesse por muito tempo o demérito, e lançasse o azar para cima toda a gente, deixando as coisas na situação gravíssima em que se encontram
jornal i
Punidos internamente, os oito arguidos acusados de maus tratos, com idades entre os 20 e os 25 anos, aguardam agora o exame final. O que é indiciado por mais crimes, R., assegurou aos investigadores que os castigos são "hábito normal" do Colégio Militar. Não constam do regulamento, mas estão escritos nas entrelinhas. Ser graduado é ser responsável pelos mais novos, no seu caso 111. E quando os da sua companhia faziam erros, os oficiais chamavam-no a si e aos outros graduados à atenção, "para tentarem disciplinar os alunos".
O dicionário interno explica os castigos "instituídos". Completas: sucessão de flexões, pulo de galo (saltos de cócoras) e abdominais. Firmezas: exercício físico em simultâneo por todos os colegas. Apresentações: vestir e despir num curto espaço de tempo. E um dos mais graves, substantivo feminino escrito em letras gordas: chapada de luva castanha.
Os excessos que envergonham um colégio com 206 anos de história são minimizados pelo Exército, mas o porta-voz, Helder Perdigão, admite que a falta de vigilantes adultos é um problema. "É público que o Exército tem vindo a reduzir o seu pessoal civil, não é exclusivo do Colégio Militar. Muitos funcionários reformaram-se e não foram substituídos." O problema, garante, "já foi transmitido à tutela, a quem caberá resolver".
Garcia Pereira, que representa os dois irmãos agredidos, diz que hoje existem menos de 20 vigilantes, quando há duas décadas eram 200. Os alunos ficam "completamente sozinhos e entregues aos mais velhos, os graduados", lamenta. O advogado critica ainda a direcção, que responsabiliza pelo "grande clima de impunidade" vivido na escola.
Tal qual o que se passa na escola pública: falta de funcionários; clima de impunidade - na escola pública favorecido pela legislação da ministra Lurdes Rodrigues, com grande destaque para o estatuto do aluno.
O bullying não é um problema novo, é um problema recorrente. Todos os que frequentaram colégios internos o sabem muito bem. Centenas de adolescentes (rapazes, neste caso) fechados numa espécie de quartel às ordens de meia dúzia que, por falta de controlo, agem como reizinhos absolutos. Rapidamente despem a farda da civilização e assumem comportamentos tribais.
Nunca leram/viram 'O senhor das Moscas'?
Hoje recebi por mail um poema do Neruda. Lindíssimo.
AMIGA, no te mueras.
Óyeme estas palabras que me salen ardiendo,
y que nadie diría si yo no las dijera.
Amiga, no te mueras.
Yo soy el que te espera en la estrellada noche.
El que bajo el sangriento sol poniente te espera.
Miro caer los frutos en la tierra sombría.
Miro bailar las gotas del rocío en las hierbas.
En la noche al espeso perfume de las rosas,
cuando danza la ronda de las sombras inmensas.
Bajo el cielo del Sur, el que te espera cuando
el aire de la tarde como una boca besa.
Amiga, no te mueras.
Yo soy el que cortó las guirnaldas rebeldes
para el lecho selvático fragante a sol y a selva.
El que trajo en los brazos jacintos amarillos.
Y rosas desgarradas. Y amapolas sangrientas.
El que cruzó los brazos por esperarte, ahora.
El que quebró sus arcos. El que dobló sus flechas.
Yo soy el que en los labios guarda sabor de uvas.
Racimos refregados. Mordeduras bermejas.
El que te llama desde las llanuras brotadas.
Yo soy el que en la hora del amor te desea.
El aire de la tarde cimbra las ramas altas.
Ebrio, mi corazón. bajo Dios, tambalea.
El río desatado rompe a llorar y a veces
se adelgaza su voz y se hace pura y trémula.
Retumba, atardecida, la queja azul del agua.
Amiga, no te mueras!
Yo soy el que te espera en la estrellada noche,
sobre las playas áureas, sobre las rubias eras.
El que cortó jacintos para tu lecho, y rosas.
Tendido entre las hierbas yo soy el que te espera!
Não tenho a certeza de nada mas a visão das estrelas faz-me sonhar (Vincent Van Gohg)
van gogh
quiche lorraine
do MEP
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