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Não percebo: de repente tudo quanto é jornal e revista, mesmos os mais besuntosos, se apressaram a destapar a panela dos cozinhados ministeriais. Ontem eram todos amigos...

Serão os ratos a abandonar o navio?

Serão manobras do avental?

 

 

 

publicado às 12:51


Ignorantões

por beatriz j a, em 29.01.09

 

 

O primeiro ignorantão é o PGR, para quem o caso Freeport, «está na moda, mas é um caso como tantos outros». Pois está claro! Um caso que lança suspeitas de corrupção sobre o primeiro ministro e, duma assentada, envolve em suspeita todas as suas decisões políticas, um caso que lança a suspeita sobre a credibilidade do país, que é mesmo o que estamos a precisar neste contexto de crise, para ganhar a confiança de investidores nacionais e internacionais, é claro que é a mesma coisa que o caso dos três estarolas que, ao serviço da Capital, andavam a almoçar pataniscas a 500 euros a dose enquanto pensavam em como evitar os bairros sociais.

Claro que é o mesmo!

O PGR diz ainda, para acabar em beleza, que é preciso esperar com serenidade. Esperar? O povo continuar a obedecer às ordens dum indíviduo de quem se suspeita ser criminoso? Aceitar ser delapidado? E isto, quietamente e com serenidade?

O PGR também não vê razão para se levantar o sigílio bancário pois «Não podemos andar a espiolhar contas sem um motivo sério» ?!?!!!! Então isto não é um motivo sério? Então o que é que é um motivo sério?

Mas quem é este PGR? Quem é este indivíduo maledo?

 

A outra é uma ignorantona, uma Patrícia Jesus, que escreve um artigo no DN intitulado, Quem tem medo da avaliação são os maus professores: dn.sapo.pt/2009/01/28/sociedade/quem_medo_avaliacao_os_maus_professo.html

O artigo consiste numa entrevistas a miúdos de vinte e poucos anos que, ou acabaram de sair das faculdades, ou ainda lá estão. Como se lê na entrevista já perceberam o mal da educação e os problemas do ensino e das escolas e, claro está, chegaram à conclusão que o problema são os professores, nomeadamente os mais velhos, porque, se dessem lugar aos mais novos, como eles, tudo se resolveria, pois eles não vão querer saber de direitos, de horas de trabalho, de férias, etc - só querem é ter um emprego.

É bestial! É claro que pessoas que «só querem ter um emprego» são mesmo as mais apropriadas para qualquer trabalho. Suponho que a ignorantona que conduz estas pseudo-entrevistas tenha abdicado das suas férias, dos seus direitos de trabalhadora, do horário de trabalho e, até, do seu tempo de descanso semanal!?

Esta entrevista é o projecto da Ministra da Educação para as escolas. Substituir os professores mais velhos que não abdicam de ser tratados como seres humanos nem compactuam com quem quer sub-humanizar o povo. Substituí-los por miúdos formados em cursos generalistas, tipo pasta à bolonhesa, onde se aprende a dizer uma coisas superficiais, mas  nada que possa levar à oposição do poder. 

Saberá esta ignorantona que o direito à dignidade, o direito ao descanso e o direito ao lazer estão expressos na Declaração dos Direitos Universais do Homem? Compreende ela que esses direitos circunscrevem a nossa humanidade? Que o não respeito desses direitos equivale a diminuir a pessoa na sua humanidade? A tratá-la, como sub-humana? Abaixo dos outros que merecem um tratamento de seres humanos? Mas esta jornalista ignorantona está a defender que os futuros professores devam abdicar da sua humanidade e aceitar ser tratados como sub-humanos? Saberá que os que têm essa iniciativa, de degradar os seus semelhantes a sub-humanos, são os ditadores, cujo caso extremo é o Hitler?

Saberá esta ignorantona dos sacrifícios que foram feitos para acabar com o trabalho de sol a sol? Saberá das lutas dos movimentos sindicais,e não só, para conseguir o horário de oito horas diárias, para conseguir o direito às férias, para conseguir, enfim, que os trabalhadores fossem visto como seres dignos com direitos próprios?

Deixo aqui uma amostra à laia de exemplo. Um documento que uns alunos do 12º ano incluiram num trabalho sobre a História da Psicologia do Desenvolvimento.

 

Depoimento de um administrador de uma fábrica para uma comissão parlamentar em1832:


"P: A que horas da manhã, com tempo bom, essas moças chegam à fábrica?
R: Com tempo bom, durante cerca de seis semanas, chegam às três da manhã e saem às dez ou dez e meia da noite.
P: Que intervalos existem durante essas dezenove horas de trabalho para alimentação e descanso?
R: Quinze minutos, respectivamente para o almoço, lanche e jantar.
P: Alguns desses intervalos é utilizado para a limpeza de máquinas?
R: Quase sempre as moças são obrigadas a fazer o que chamam de "pausa seca", às vezes a limpeza toma todo o intervalo do almoço ou do lanche.
P: Não há dificuldades para acordar essas jovens depois de um trabalho exaustivo como esse?
R: Há sim; de madrugada é preciso sacudí-las para que acordem.
P: Tem havido acidentes com elas em conseqüência desse trabalho?
R: Sim, minha filha mais velha esmagou o dedo na engrenagem.
P: Perdeu o dedo?
R: Teve de ser cortado na segunda falange.
P: Ela recebeu pagamento durante o acidente?
R: No dia em que aconteceu o acidente, o pagamento foi suspenso."
(HEILBRONER, H. A formação da Sociedade Econômica. Rio de Janeiro : Zahar, 1974. pp. 108-109.)

 

crianças mineiras, 1908, EUA

 

Há cem anos as coisas eram assim, e muita gente deu a vida para que sua excelência possa andar a fazer entrevistas ignorantonas!

 

 

 

publicado às 00:48


Que vergonha!

por beatriz j a, em 28.01.09

  

 

 

 

 

O primeiro ministro tratado como um criminoso comum pelas autoridades inglesas.

Que vergonha!

O primeiro ministro e a ministra da educação a mentirem no parlamento sobre um relatório forjado só para não darem o braço a torcer.

Que vergonha!

Freitas do Amaral e Luís Menezes, todos a porem as mãos no lume pelo chefe.

Que vergonha!

Um presidente que nunca sabe o que dizer e o que fazer.

Que vergonha!

 

Ainda há alguém que pense que este pessoal tem capacidade de fazer alguma coisa positiva por este país?

 

 

 

publicado às 20:48


Contos Proibidos

por beatriz j a, em 27.01.09

 

 

Estive a ler Contos Proibidos: Memórias de um PS Desconhecido, de Rui Mateus.

Lembram-se do caso Rui Mateus, levado a tribunal para que se proibisse a publicação do livro?

Eu, pessoalmente, nunca tinha posto os olhos em cima do livro. Fui dar com ele no blogue A Sinistra Ministra, que tem um link para o blogue Ferrão.org onde se pode descarregar todo o livro.

Apesar de o conteúdo do livro não surpreender, no geral, quem acompanhou alguns casos que fizeram correr muita tinta nos anos 80 e 90, ainda assim, é um choque comprovarmos a corrupção, por causa do deslumbramento e vaidade de políticos que não têm nenhuma prática de serviço público, que só se ofendem na vaidade e nunca na dignidade e que usam o poder apenas para seu benefício.

Dediquei-me à leitura dos anexos onde se encontram fotografias de documentos que mostram a quem andamos entregues há muito tempo.

Chamou-me a atenção o curriculum de João Soares. 

Já agora o anexo 23, onde o presidente da Confederação Europeia de Sindicatos recusa um convite de Soares para participar na reunião da Internacional, em 83, pelo facto de, estranhamente, Mário Soares só ter convidado capitalistas e homens de direita. Pois... estranha ele...

 

Leitura que se recomenda vivamente a todos os qp...

 

 

publicado às 21:45

 

 

 

Vamos lá ver se percebi bem. Do que tenho lido e ouvido nos últimos dias parece que:

1. Uma empresa queria construir um mega-shoping ( no país da Europa onde o poder de compra é mais fraco);

2. O terreno onde queriam construir fazia parte da 'rede natura', paisagem protegida;

3. Tentaram conseguir aprovação junto do ministério da tutela, o do Ambiente;

4. A tutela protelou o mais que pôde para fazer subir o preço do terreno (e do favor?);

5. A 3 dias de ter de abandonar o cargo, o ministro do Ambiente, cujo ministério à semelhança do resto do governo estava em gestão, pelo facto do primeiro ministro Guterres se ter demitido, tomou medidas legislativas de importância;

6. Na iniciativa legislativa, modificou parte da área classificada, para que, no futuro, se pudesse construir na zona antes proibida;

7. O tipo de modificação introduzida obriga a justificativos legais, que não foram feitos, pela pressa de se aprovar a legislação que permitiria à dita empresa referida em 1. construir o mega-shoping;

8. A zona em questão fazia parte do acordo que Portugal fez com a União Europeia aquando da construção da ponte Vasco da Gama: isto é, a Comunidade Europeia co-financiava a construção da ponte se, e apenas se, aquela zona fosse preservada como reserva especial a ser protegida;

9. A ausência dos justificativos legais necessários, que se deveu à pressa em alterar a lei  antes do governo de gestão se ir embora, pôs em risco o dinheiro do financiamento da ponte já recebido, donde se deduz que, esteve o país em risco de ter de devolver o dinheiro já gasto na construção da ponte, por incumprimento do acordo de protecção da área em questão ( o governo de Durão Barroso teve de fazer esses justificativos, também à pressa, assim que chegou ao poder, para evitar que tivéssemos de devolver o dinheiro);

10. O ministro da tutela era o agora primeiro ministro José Sócrates;

11. José Sócrates, então ministro do Ambiente, foi quem fez aprovar a alteração à lei a 3 dias de ter de sair do governo;

12. O tio de José Sócrates tem, ou tinha, uma pequena empresa de construção que movimentava cerca de 38.000 contos;

13. O tio de José Sócrates pôs o promotor do freeport - um tal Smith - em contacto com o seu sobrinho, José Sócrates, ministro do Ambiente;

14. A legislação necessária para a construção do mega-shoping em terreno protegido foi preparada pelo ministério do Ambiente e aprovada à pressa;

15. O tio do José Sócrates tornou-se muito rico e tem várias contas offshore;

16. Os ingleses têm uma gravação onde se diz que foram pagas luvas a um ministro para que a construção pudesse ser aprovada;

17. Portugal tem a cassete;

18. José Sócrates comprou um apartamento de 1 milhão de euros;

 

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Estarei a ver bem?

Existe uma suspeita fundada em factos que se podem comprovar que um ministro da República pôs em perigo o interesse nacional (o financiamento da ponte) mostrando não ter nenhum tipo de escrúpulos quanto ao que é capaz de fazer para enriquecer?

Existe uma suspeição sobre aquele que agora é o primeiro ministro?

Portugal tem como primeiro ministro uma pessoa que poderá até ser chamado a Inglaterra como arguido num processo crime?

 

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Então ninguém faz nada? O Presidente não se importa? Ninguém no governo se demite? São todos cúmplices? A oposição também não? É que quem cala e quem não se demarca é porque consente!

Isto é a Camorra à portuguesa?

 

Algo está profundamente podre neste país.

 

Hoje estive na manifestação dos professores em frente ao palácio de Belém, onde mora o Presidente, que deve ser cego, e surdo, pois nada vê de tudo isto que se passa e acredita que estes governantes, sendo o que são - pessoas de currículo muito duvidoso, sem educação, sem princípios, sem moral e sem escrúpulos absolutamente nenhuns - quando chega à altura de legislar sobre educação, ficam de repente iluminados e só produzem leis sábias. Uma espécie de infalibilidade de Sócrates e Mº Lurdes Rodrigues em paridade com a autoridade papal?

Pois eu quero dizer aqui que sinto orgulho em fazer parte daqueles poucos milhares que estiveram hoje em frente ao palácio de Belém: num país podre, governado pelos piores dos piores, onde ninguém quer dar a cara, uns por medo, outros porque estão no rol dos calados a pagamento, os professores, estes professores, dão lições de democracia e de cidadania e de coragem e de coerência e de dignidade. Explicitamente, não compactuam com a putrefacção do regime.

Um dia outros perguntarão: onde estavas tu quando o teu país precisou de ti?

Se isto tudo acabar num regime à moda da Venezuela, não será com o meu silêncio, nem com a minha cumplicidade. No meu local de trabalho, e fora dele, também não me calo.

Não quero ser cúmplice de gente sem escrúpulos, sem dignidade e sem lei.

 

Concordo plenamente com as palavras da Hannah Arendt:

 

" ...é melhor sofrer a injustiça que cometê-la: se fizer uma injustiça, ficarei condenado a viver com o autor da injustiça numa intimidade insuportável; nunca poderei livrar-me dele. Portanto, o crime que permanecesse escondido aos olhos dos deuses e dos homens, um crime que não se revelasse por não haver ninguém a quem fosse revelado e que Platão menciona uma e outra vez, esse crime não pode realmente existir: tal como sou a minha própria companhia enquanto penso, do mesmo modo sou a minha própria testemunha quando ajo."

 

publicado às 22:12


narcotraficantes

por beatriz j a, em 20.01.09

 

 

 

João Caldeira suspeito de narcotráfico 
 

João Caldeira, o ex-vice-presidente da cooperativa do Mar da Palha e gestor da Parque Expo, está a ser interrogado no Tribunal Central de Instrução Criminal, por alegado envolvimento na tentativa de introdução de cinco toneladas de cocaína, que foram apreendidas no Porto de Lisboa há 13 meses pela Direcção Central de Investigação de Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária.

(Público, 20.01.2009 - 17h50 António Arnaldo Mesquita)

 

 

Os satélites dos nossos governantes são assim: traficam influências, traficam droga.

Qual é a diferença entre o nosso país e o Zimbabwe?

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publicado às 22:28


Cá e lá

por beatriz j a, em 20.01.09

 

 

 

A ver a tomada de posse de Barak Obama e a ouvir as suas palavras no almoço do congresso é impossível não fazer cálculos da distância que separa a esperança que este presidente fez renascer no seu povo com a sua liderança inspirada e inspiradora, o seu sentido de serviço público, de responsabilidade e de História, e a desesperança que os nossos líderes incuntem no povo com a sua irresponsabilidade, ausência de sentido de História, ganância, fraudulência, ignorância e generalizada mediocridade.

 

 

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publicado às 22:22


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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