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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Ontem à noite li uma notícia que me deixou literalmente doente. Num liceu nos Estados Unidos, um grupo de cerca de 12 rapazes apanharam uma colega - uma miuda de 15 anos -, violaram-na e bateram-lhe durante 2 horas, enquanto outros observavam a cena e depois foram embora e abandonaram-na para ali a morrer.
Uma pessoa lê isto e vê claramente que há algo de profundamente errado com a humanidade. Vê que o que se passou na Alemanha nazi - aquele absoluto mal radical - podia ter-se passado noutro sítio qualquer. Esta monstruosidade deste grupo de rapazes nos Estados Unidos mostra isso mesmo: a banalidade do mal radical. É que uma acção destas ultrapassa o mero crime. Rapazes jovens, não um ou dois, mas muitos, comportam-se como uma matilha de animais desprovidos de sensiblidade humana.
Isto abala completamente a fé na humanidade como projecto viável. E, se a humanidade não é um projecto viável, que interessa, no cômputo geral das coisas, o projecto particular de cada um de nós...
Um pouco por causa disto, hoje resolvi passar um filme na turma do 12º ano de Psicologia. O filme já tem uns anos e chama-se 'Caché', em português 'Nada a Esconder'.
O filme é extraordinário. Mostra a violência que pode esconder-se atrás de fachadas burguesas de aparência irrepreensível. O que algumas pessoas estão dispostas a fazer para conservarem o seu modo de vida burguês e como é possível percebermos isso se soubermos observar os indícios dos comportamentos observáveis das pessoas.
Nunca é demais abrir os olhos a estes miúdos, ensiná-los a ver o que se esconde por trás das aparências de civilidade, dar-lhes algumas armas para se defenderem da enorme maldade que anda à solta neste mundo.
(só um aparte - eu fico parva com os comentários que alguns críticos/comentadores fazem sobre os filmes. Decididamente não vimos o mesmo filme)
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