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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Gosto das minhas turmas do 10º ano, que são três, duas de ciências e uma de humanidades. Se não deixarmos que se estraguem -porque às vezes estragarem-se- vão tornar-se turmas muito giras. Hoje foi o primeiro dia em que os mandei trazer o Manual de Filosofia. Numa das turmas, um rapaz e uma rapariga apareceram já com as primeiras páginas lidas -incluindo um texto filosófico- com apontamentos e listas de dúvidas, tudo porque estavam cheios de curiosidade acerca do que é a Filosofia e não conseguiram esperar umas aulas... nice :)
Nessa mesma turma um rapaz encontrou em casa dele um livro com citações do Kant e interessou-se em compreendê-las. Quendo estamos na aula a discutir qualquer coisa, há sempre quinze braços no ar: todos querem intervir :) Nesta turma uma aluna tem o mesmo nome que eu e o último nome dela é o meu segundo nome próprio de modo que quando a chamo tenho a impressão de estar a chamar-me a mim mesma.
Noutra das turmas, um rapaz ucraniano, que gosta de ler e de viajar, esteve a contar-me a impressão dele de Portugal, o que é muito interessante, quer dizer, saber como os miúdos que vêm para cá já com alguma idade de perceber as coisas, nos vêem. Nessa turma há imensos miúdos que vêem muito filmes de ficção científica e acreditam imenso que somos descendentes duma colónia de extra-terrestres e cenas assim :) Os miúdos nestas idades são tão engraçados quando começam a desfiar esse tipo de elucubrações, cada vez mais frequentes, sempre com um ar muito intenso e muitos gestos :)
Depois tenho a turma de humanidades onde a delegada e o sub-delegado são uma espécie de miniaturas de políticos, no bom sentido da palavra: conciliadores, responsáveis. Gosto muito dos miúdos.
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