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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Expresso
Oposição une-se para acabar com modelo de avaliação dos professores e melhorar subsídio de desemprego e pensões.
Foi um pedregulho no sapato do Governo Sócrates I e será o primeiro revés de Sócrates II: a ministra da Educação bem pode ir embora, mas o modelo de avaliação dos professores não sai da agenda. Ou melhor: sairá, mas só depois de uma derrota do PS no Parlamento. Todos os partidos da oposição estão determinados em suspender o que sobra do modelo de Maria de Lurdes Rodrigues. Sem maioria absoluta socialista, a oposição, juntando-se, manda.
Esta maneira de dar notícias mostra bem o que em geral se pensa deste assunto, nos jornais e gabinetes minesteriais. Dá ideia que os professores andaram a teimar nestes assuntos, por uma questão de guerrinhas como se isto fosse um jogo e a única coisa que interessasse é quem ganha e quem perde. Como se 100.000 professores tivessem ido para a rua por uma questão de pirraça, de finca pé.
Vingança? Está tudo doido? Eu, e acredito que o resto dos professores, não estamos nisto por vingança nem encaramos isto como mãos de poker.
Estamos nisto para defender a escola pública, porque representa a oportunidade de uma vida melhor para milhares de jovens, a oportunidade de Portugal não perder autonomia, competitividade, soberania. Estamos nisto para defender a vida democrática, o melhoramento da sociedade pelo acesso à educação, à cultura, à arte, à ciência, à dignidade de vida.
Vingança?! Mas quem é esta gente?
Este é o legado da ministra que ainda temos (nunca mais sai. Cada dia que lá está vomita despachos a estragar mais qualquer coisinha): ter posto os problemas da educação numa equação de baixo nível de tal modo que a palavra escola e educação é sempre seguida de vulgaridades como vingança e guerra.
Que diabo! Gosto dos meus alunos, que não são meus inimigos, nem eu deles. Muito antes pelo contrário! Quero o melhor para eles.
É por isto que estou (estamos) nesta luta, que não é guerra, é a eterna luta do bom senso contra o senso comum.
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