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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Este ano, numa das reuniões de avaliação do 3º período dizia a um colega que de há uns dois anos para cá noto que as turmas do 10º ano precisavam dum 4º período. Dantes, o mês de Setembro e Outubro eram suficientes para pôr as turmas 'em ordem'. 'Em ordem', significa habituá-los a terem certos comportamentos sem os quais nenhum sucesso real é possível: chegar a horas, entrar na sala de aula normalmente, sem gritos nem correrias, trazer o material, sentarem-se, tirarem as coisas que precisam para trabalhar e porem-se em 'trabalho mode', por assim dizer.
Portanto, lá para Dezembro os alunos já estavam dentro da lógica de trabalho do secundário e começavam a subir as notas no 2º período, sendo que, no 3º já estavam a render bem.
Ora, o que se nota é que cada vez mais precisamos de todo o primeiro período para fazer o que dantes se fazia num mês e meio, o que faz com que, só no segundo período eles entrem no ritmo do trabalho necessário. Resultado: quando se chega ao fim do ano eles estão na situação em que costumavam estar no fim do 2º período.
Esse colega disse-me que também notava isso e que acha que em parte se deve a terem acabado com a interrupção que havia no início de Novembro. Eram três dias, mas era o suficiente para recarregarem baterias (eles e nós) depois do embate inicial e virem com outro estado de espírito. ao passo que agora o primeiro período é enormíssimo e sem quebras de modo que o corre mal avoluma-se à medida que se avoluma o cansaço e o extremo stress que são esses primeiros meses.
Acho que ele tem razão. A ideia de que, se trabalharmos estupidamente e com carga excessiva durante meses a fio sem nenhuma interrupção aumenta a produtividade é um erro que anda a pagar-se em insucesso.
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