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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
A decisão do primeiro-ministro grego foi anunciada ontem, não havendo no entanto ainda uma data para a consulta popular. Mas o líder do partido que faz coligação com Angela Merkel já veio dizer que ficou irritado com a noticia que, segundo ele, dá a entender que a Grécia quer recuar no entendimento conseguido em Bruxelas.
Segundo a Sic Notícia, o governo alemão mostrou-se hoje surpreendido com a decisão do primeiro-ministro grego, George Papandreou, de referendar as medidas da União Europeia para reduzir a dívida helénica, dizendo esperar "informações oficiais" de Atenas para tomar posição.
Os alemães deviam ser os primeiros a perceber que não se pode pôr um país de joelhos e obrigá-los a trabalhar em condições humilhantes sabendo que vão empobrecer-se, não para pagar as dívidas mas apenas para pagar juros a bancos e firmas. Foi esta a situação da Alemanha a seguir à Primeira Grande Guerra, como toda a gente sabe e que teve o desfecho que teve.
Os gregos devem dinheiro, é verdade, como nós devemos também, mas o plano para permitir que os países paguem as suas dívidas tem que incluí-los, a eles e à sua dignidade.
Acho bem que o primeiro ministro grego queira vincular o povo às políticas pois de outro modo andam sempre em manifestações e greves e não resolvem nada: nem pagam a dívida nem aproveitam o dinheiro das ajudas.
Também percebo muito bem o povo: tal como cá, está a pagar a corrupção e incompetência dos políticos. Mais, vê o dinheiro das ajudas ser sorvido pelos bancos e por firmas de advogados e outros ligados ao poder político. Tal como cá. Uns perdem todos os seus direitos para que outros não sejam incomodados na sua longa carreira de desvios de fundos, tráficos de influência e roubos.
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