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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Costumava pensar que era importante falar: blogs grandes ou blogs pequenos, todas as vozes eram vozes e cada uma contribuia, de uma maneira ou de outra para a mudança das coisas, por muito lenta que fosse. Agora vejo que não é assim.
Quem influencia o rumo das coisas são os políticos e os grupos organizados capazes de exercer pressão.
Na educação, este indivíduo desprezível, que há dezenas de anos ocupa 'democraticamente' o mesmo cargo, não sabe o que é um dia de trabalho na escola pois caso contrário não viria apelar que se lute 'a sério': enquanto ele assinava acordos e memorandos com a Lurdes Rodrigues e a Alçada nós estávamos, a sério, a lutar contra a entrega de objectivos, contra o concurso de titulares, contra as pressões do ME. No entanto, é ele e o grupo dele, que já pouco ou nada sabem do que é o trabalho nas escolas que influenciam as políticas educativas, para mal dos nossos pecados.
Mesmo os blogs como o do Paulo Guinote, que tem milhares de visitantes por dia, pouca influência têm na mudança das coisas. Isto acontece porque os blogs são vozes isoladas. Ilhas que podem influenciar-se umas às outras mas não influenciam políticas: protesta-se, fala-se mas não há organização. Há quem tenha blogs muito sérios onde fazem grandes tiradas sobre os assuntos da educação mas que nada mudam.
Os blogs servem mais, no geral, para pensar alto e comunicar entre pares que para mudar alguma coisa, por muito que alguns se iludam a pensar que sim.
A única maneira de haver mudanças na educação será as pessoas que se preocupam com a educação organizarem-se em grupos(s), crescerem e exercerem pressão sobre o poder. Aí sim, poder-se-ia apresentar alternativas às políticas governamentais e influenciar as mudanças.
Até que as pessoas se consciencializem que a organização em grupos de pressão são o único modo de fazer mudanças andaremos à mercê de ignorantes sem escrúpulos que parasitam os professores em manifestações e greves que só a eles servem. O que muito agrada aos governos e nos deixa reféns das asneiras alheias.
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