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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Without blaming Islam as such (which is in itself no more misogynistic than Christianity), one can observe that violence against women rhymes with the subordination of women and their exclusion from public life in many Muslim countries and communities, and that, among many groups and movements designated as fundamentalist, the strict imposition of a hierarchic sexual difference is at the very top of their agenda. To raise these questions is not covertly racist and Islamophobic. It is the ethico-political duty of everyone who wants to fight for emancipation.
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(Rotherham child sex abuse: it is our duty to ask difficult questions | Slavoj Žižek)
"The way we, everyday people are addressed by social authority, whatever we call it - it’s no longer telling us 'sacrifice your life' for British empire, for socialism, whatever. It’s not. It’s some kind of permissive bullsh*t basically. Society is telling us, like, be true to yourself, authentic, develop your potential, be kind to others. It’s kind of what I ironically call a slightly enlightened Buddhist hedonism."
Slavoj Žižek
It is the very success of capitalism (greater efficiencies, raised productivity etc) which produces unemployment, rendering more and more workers useless: what should be a blessing – less hard labour needed – becomes a curse. Or, to put it differently, the chance of being exploited in a long-term job is now experienced as a privilege. The world market, as Fredric Jameson has put it, is now ‘a space in which everyone has once been a productive labourer, and in which labour has everywhere begun to price itself out of the system’.
No balanço do fim de semana assinalo uma dorzinha de ouvidos -mergulhos a mais-, um ligeiro escaldãozinho nas costas (sim, eu sei que já não tenho idade para tais disparates) e o livro The Revolutionaries todo lido.
Os fundadores da América, gente criada na província -daí talvez o terem sempre os pés bem assentes na terra-, preocupavam-se com os que viriam a seguir. Tinham perfeita noção que o que estavam a fazer lhes daria um lugar de relevo na História, mas isso não lhes bastava. Queriam garantir que o povo para o qual escreveram a Carta da Independência, disfrutasse das oportunidades de vida e de liberdadade pelas quais lutavam. Entendiam que um povo deve governar-se a si mesmo (daí a insistência para o tipo de governo republicano) e que, para o poderem fazer, seria necessário que fossem autónomos no pensar e no agir. Por isso, apostavam na educação como instrumento de nivelar por cima a igualdade de oportunidades, a consciência de autonomia, de liberdade e de soberania.
Essa ideia não está ultrapassada. Comecei agora a ler um livro que defende o ressurgimento dessa visão de autonomia em direcção a uma 'verdade' abraçada pelos povos. Ainda vou no início do livro do Slavoj Žižek, o filósofo polémico de muito sucesso nascido na ex-Juguslávia In Defense of Lost Causes. Diz ele que certos regimes deram passos certos na direcção errada. Os passos eram certos porque buscavam uma sociedade com um sentido, um projecto reconhecido pelo qual se vivesse, mas foram dados na direcção errada porque descambaram em totalitarismos. Ele pensa que isso não deve fazer com que se desista e se afunde neste cinzentos pos-modernismo relativizantes que não são carne nem peixe. O livro tenta recuperar ideias que foram ideais políticos, não como existiram mas como meio de ultrapassar este impasse em que vivemos (mal) com o capitalismo a descambar numa contradição de si próprio e os povos do planeta a perderem a autonomia que tanto custou a ganhar.
A ideia dele é que se da primeira vez se falhou, deve tentar-se de novo e, se possível, falhar melhor e ir sucessivamente 'falhando cada vez melhor'.
Estou cheia de curiosidade para ler o que ele defende e, sobretudo, como o defende, porque toda a ideia de educação que eu e muita gente tem é justamente aquela que desenvolve a pessoa para a autonomia, para uma vida com um sentido que ultrapasse o mero individual e com uma capacidade de se governar a si próprio. Se cada um dos indivíduos dum povo não for autónomo a governar-se como é que o país será, ele próprio, autónomo na governação...?
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