Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Tempos sombrios

por beatriz j a, em 22.10.19

 

Hoje todos vocês viram.
Como um raio enorme
O universo iluminado.
Foi o planeta azul,
No fim da Via Láctea.
A Pátria da espécie,
Que se suicidaram uns aos outros.
Chamavam-lhe "pessoas"
Ninguém conseguiu o suficiente.
O seu Deus chamou-lhe dinheiro.

(...)

Do seu planeta,
Só tirado,
Nunca foi dado.
Até ele estar quase morto.
Para o resto das migalhas,
Do seu mundo,
Guie guerras cruéis.

 

Norbert Tímido in, Elogio fúnebre do universo.

 

 

Tags:

publicado às 06:48


Miguel Torga

por beatriz j a, em 16.10.19

 

Nenhuma descrição de foto disponível.
 
 
 

Tags:

publicado às 23:30


Poesia ao entardecer - about love

por beatriz j a, em 04.07.19

 

 

publicado às 21:43

 

We Lived Happily During the War

 
And when they bombed other people’s houses, we
 
protested
but not enough, we opposed them but not
 
enough. I was
in my bed, around my bed America
 
was falling: invisible house by invisible house by invisible house.
 
I took a chair outside and watched the sun.
 
In the sixth month
of a disastrous reign in the house of money
 
in the street of money in the city of money in the country of money,
our great country of money, we (forgive us)
 
lived happily during the war.
 
 

publicado às 06:54


Um poema por dia

por beatriz j a, em 20.06.19

 

IMG_2928.jpeg

 

publicado às 21:51


Manhã de Abril

por beatriz j a, em 01.04.19

 

«(...)

Também causam sonolência
Os livros dos grandes mestres;
Eu hoje aos frutos da ciência
Prefiro amoras silvestres.

Nos livros há muita asneira.
Nos campos muita razão:
Caiu de uma laranjeira
A lei da gravitação.

Viva a loucura! Minerva,
Ergue um pouco os teus vestidos
E vem rolar sobre a erva
Dos belos campos floridos!

Toda a manhã, que martírio!
Tem andado além defronte
Um melro a ensinar a um lírio
Os versos de Anacreonte.
(...)»
Guerra Junqueiro, Manhã de Abril

 

roubado à Luísa B. no FB

 

publicado às 05:43

 

Dado que a música de Bach é pura poesia, a união dos dois acontecimentos é mais que feliz 💕

O google tem um doodle muito giro para celebrar o nascimento de Bach onde podemos fazer música que o computador harmoniza.

 

 

So much a loss, but a beginning,

Taken from the harmonics of a hand,

Infinite and holy, a pair of hands

A figure for the unimagined flesh

Numinous skin of the Divine at work.

 

“The Small Books of Bach,” by David Wright

 

link na imagem

 

publicado às 17:46


Saíram os rankings

por beatriz j a, em 16.02.19

 

 

We have broken all the blackboards

 

We have broken all the blackboards
so the teachers cannot write.
We have painted all the toilets black
and all the lockers white.

We have torn up all the math books
and we've locked the school's front door.
There won't be school no more.

Glory, glory hallelujah!
School is closed now, what's it to ya?
There won't be no more homework
and there won't be no more tests.
There won't be school no more.


by Bruce Lansky

 

publicado às 07:27


"Wolf Lake" by Elizabeth Bachinsky

por beatriz j a, em 07.02.19

 

Khalil Mair, the champion, recites the poem "Wolf Lake" by Elizabeth Bachinsky at the 2014 Griffin Poetry Prize awards ceremony.

 

 

publicado às 21:52


If

por beatriz j a, em 03.02.19

 

 

publicado às 19:35

 

In 1964, when Joseph Brodsky was 24, he was brought to trial for “social parasitism.”

 

BRODSKY: I did work during the intervals. I did just what I am doing now. I wrote poems.
JUDGE: That is, you wrote your so-called poems? What was the purpose of your changing your place of work so often?
BRODSKY: I began working when I was fifteen. I found it all interesting. I changed work because I wanted to learn as much as possible about life and about people.
JUDGE: How were you useful to the motherland?
BRODSKY: I wrote poems. That’s my work. I’m convinced … I believe that what I’ve written will be of use to people not only now, but also to future generations.
A VOICE FROM THE PUBLIC: Listen to that! What an imagination!
ANOTHER VOICE: He’s a poet. He has to think like that.
JUDGE: That is, you think that your so-called poems are of use to people?
BRODSKY: Why do you say my poems are “so-called” poems?
JUDGE: We refer to your poems as “so-called” because we have no other impression of them.

(excerto)

Brodsky and the moral responsibility to be useless by    Rachel Wiseman   in  Examined Life  

 

 

publicado às 06:24


O que amas de verdade

por beatriz j a, em 20.12.18

 

 
O que amas de verdade permanece,
O resto é escória.
O que amas de verdade não te será arrancado
O que amas de verdade é tua herança verdadeira
(...)
A formiga é um centauro em seu mundo de dragões.
Abaixo tua vaidade,
(...)
O elmo verde superou tua elegância.
(...)
Mas ter feito em lugar de não fazer isto não é vaidade
Ter, com decência, batido
Para que um Blunt abrisse ter colhido no ar a tradição mais viva
Ou num belo olho antigo a flama inconquistada
Isto não é vaidade.
Aqui o erro todo consiste em não ter feito.
Todo: na timidez que vacilou.


Ezra Pound, fragmento, Canto 81

(tradução de Augusto dos Campos…)

 

publicado às 20:54

 

Florbela Espanca nasceu em 8 de dezembro de 1894 e suicidou-se no mesmo dia e mês 36 anos depois. Escrevia assim:

"E é amar-te, assim, perdidamente
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!"

(ensina.rtp.pt)

 

 

publicado às 20:54

 

 

Ripenso il tuo sorriso, ed è per me un’acqua limpida
scorta per avventura tra le petraie d’un greto,
esiguo specchio in cui guardi un’ellera i suoi corimbi;
e su tutto l’abbraccio d’un bianco cielo quieto.

 

Codesto è il mio ricordo; non saprei dire, o lontano,
se dal tuo volto s’esprime libera un’anima ingenua,
o vero tu sei dei raminghi che il male del mondo estenua
e recano il loro soffrire con sé come un talismano.

 

Ma questo posso dirti, che la tua pensata effigie
sommerge i crucci estrosi in un’ondata di calma,
e che il tuo aspetto s’insinua nella mia memoria grigia
schietto come la cima d’una giovinetta palma…

 

Eugenio Montale

 

publicado às 20:23


Coisas boas - venham os Poetas

por beatriz j a, em 19.10.18

 

Poesia instala-se "a Sul" e é para todos

É um festival de Poesia e feito com poetas, mas é pensado de forma a que todos possam desfrutar dele e inclui muitas outras artes. O "Poesia a Sul" começa esta sexta-feira e vai celebrar este género literário não só em Olhão, mas também em Lagos, Castro Marim e Ayamonte, na vizinha Espanha, até 28 de outubro.

 

publicado às 17:16

 

 

Je t'ai donné un livre et je t'ai dit
c'est ça la vie
t'ai-je dit en te donnant le livre
que je ne l'avais pas lu
c'est ça la vie
dire et ne pas dire
faire comme si de l'un à l'autre
il y avait un chemin clandestin
je t'ai donné un livre et je suis
entré dans la clandestinité
le livre est passé d'une main à l'autre
et je me demande
si celui que je t'ai donné
ressemble à celui que tu as reçu

Jean Portante 

 

Tags:

publicado às 21:10

 

 

Às vezes andamos tão absorvidos com os problemas e o mundo da outra realidade, a aparente -as políticas do dia a dia, os agravos e isso- que esquecemos que temos acesso à poesia e que demorar-se na poesia é um acesso directo à paz que vem com a tranquilidade. Agora há pouco fui dar com o blog de RAA que já não visitava há um certo tempo e dei de caras com estes versos transcritos em baixo. Entra-se logo num estado de espírito de acesso a uma dimensão diferente.

De vez em quando esqueço que também sei escrever um verso e que a demora na poesia infunde uma sensação de profunda tranquilidade e paz.

 

Esta camisa

perfeitamente passada

pelas rugas

da minha mãe

 

Daniel Jonas, Bisonte 8(2016

 

 .......

 

O teu Produto Interno

é Bruto.

 

Filipa Leal, Vem à Quinta-Feira (2016)

 

fui ao outro blog, o da poesia, ver o que andava a escrever há 10 anos. Escrevia muito nesses anos. em 2008 escrevi 157 textos poéticos. Muitos podia tê-los escrito hoje. Outros, não, são muito atormentados, alguns revoltados.

 

 

escrito a 25 de Setembro de 2008 às 16:22

 

Sinto o meu país na carne
profundamente dilacerado,
tão depressa não creio que volte
à primavera do recente passado.

Que mágoa esta de viver
em tempos de Judas multiplicados
quem pudera algum dia conceber
tais dias tão depressa ressuscitados...

Tornámo-nos obesos na vontade
e a valentia de outrora
não é agora mais que memória
do que já fizemos
por esse mundo fora.

Deixámos e até ajudámos
que os servis de coração
( os mais vis na ambição )
se içassem ao poder,
oferecemos-lhes o punhal
e abrimos ao golpe o peito
- foi profundo e brutal.
Quem sabe se desta vez
o ataque não foi mortal...

As civilizações e os povos
desaparecem por vezes
num curto espaço de tempo
quebradas que são suas gentes
por homens brutos e tolos
que só na ambição são adultos.

Como o animal enjaulado,
cujo passo é cerceado
por chão electrificado,
também o povo é quebrado
quando o tronco é atacado
pelos golpes de perversidade
das correntes de corrupção
que forçam a decomposição
do impulso de criação
e da paixão de liberdade
( essas forças de renovação! )
de tal modo que a vontade
ou quebra e torna-se apática
ou reage com violência
- no primeiro caso se entrega
às forças da decadência
até à dissolução;
no segundo irrompe em fúria
e tudo se acaba breve
em caos e revolução.
 
bja
 

 

 
 
 escrito a 1 de Setembro de 2008 às 21:29
 
 
Gosto das risadas das crianças
a jogar à apanhada
no verão depois do jantar
- elevam-se
entram em casa
pelas portadas abertas
que refrescam do calor o ar.

Transportam-me logo à infância
e sinto essa espécie de alegria
que acompanhava as nossas correrias
por entre os canteiros de flores
- bocas-de-lobo, amores-perfeitos e miosótis
que à hora do crepúsculo intensificam os odores.
 
bja
 

publicado às 16:35

 

 

 

Mucho faz' el dinero, mucho es de amar:
al torpe faze bueno e ome de prestar,
faze correr al coxo e al mudo fablar,
el que non tiene manos, dyneros quier' tomar.

Sea un ome nesçio e rudo labrador,
los dyneros le fazen fidalgo e sabydor,
quanto más algo tiene, tanto es de más valor;
el que non ha dineros, non es de sy señor.

Sy tovyeres dyneros, avrás consolaçión,
plazer e alegría e del papa ración,
comprarás parayso, ganarás salvaçión:
do son muchos dineros, es mucha bendiçión.

 

(...)

Juan Ruiz, Arcipreste de Hita

 

Tags:

publicado às 04:56


About poetry

por beatriz j a, em 28.06.18

 

 

''Poetry lifts the veil from the hidden beauty of the world, and makes familiar objects be as if they were not familiar.'' Percy Shelley

 

Tags:

publicado às 19:49


Contrariedades

por beatriz j a, em 20.06.18

 

 

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;

Nem posso tolerar os livros mais bizarros.

Incrível! Já fumei três maços de cigarros

Consecutivamente.


Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:

Tanta depravação nos usos, nos costumes!

Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes

E os ângulos agudos.


Sentei-me à secretária. Ali defronte mora

Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;

Sofre de faltas d’ar; morreram-lhe os parentes

E engoma para fora.

 

Cesário Verde

 

publicado às 18:00


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2013
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2012
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2011
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2010
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2009
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2008
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D


subscrever feeds


Pesquisar

  Pesquisar no Blog

Edicoespqp.blogs.sapo.pt statistics