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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Público hoje
O episódio aconteceu ontem, na sala usada para as conferências de imprensa do Ministério da Educação, enquanto decorria a ronda negocial com os vários sindicatos do ensino sobre o estatuto da carreira docente.
Enquanto os jornalistas esperavam pela saída gradual dos sindicatos, para recolher declarações, e por uma conversa, final, com o secretário de Estado, que acabaria por não acontecer, passaram-se muitas horas, passou mesmo o dia inteiro.
Para matar as horas, ocorreram muitas conversas, sobre muitos assuntos, totalmente informais, entre colegas de trabalho. Falou-se de actualidade, nomeadamente sobre o processo Face Oculta. E falou-se de escutas, contam os presentes.
Foi então que “um senhor de fato e gravata” entrou na sala onde estavam os jornalistas. Sem cumprimentar ninguém, colocou um gravador “do tamanho de um isqueiro” entre os microfones e gravadores dos jornalistas que por ali esperavam desligados. E saiu. Pensou-se que a ministra, ou o secretário de Estado viriam nos segundos seguintes falar. Mas nada se passou.
Foi então que um dos jornalistas reparou que o aparelho ali colocado pelo tal homem estava a gravar. Tinham passado oito minutos. Foi desligado o aparelho e apagada a faixa de gravação. O homem voltou a entrar na sala, contam os jornalistas presentes. E voltou a ligar o gravador.
Interpelado sobre quem era e porque estava a gravar uma conversa informal sem autorização, terá respondido: “António Correia, do gabinete da ministra” e que usava “as mesmas armas dos jornalistas”.
Entre isto e a ministra ter o mesmo discurso que a outra ( a conversa de estar a fazer um estatuto e uma avaliação com entraves para premiar o esforço dos melhores e outras tangas e o impulso de acerca de tudo dizer que desvaloriza...) tudo me começa a cheirar muito mal.
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