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Erros e mais erros

por beatriz j a, em 25.03.18

 

 

Bela peça que saiu este rei espanhol. O valor de uma monarquia é o de unir os povos que a constituem. Este rei é bom a dividir... e a Alemanha... o que é que tem que se meter nisto? Não é com estes líderes que a UE se resolve.

 

Puigdemont passa a noite em prisão alemã e amanhã vai a tribunal

 

publicado às 20:12

 

 

Alguém acreditaria que aquela expressão, traduzida em objectivo educativo há uns bons anos, que tanto mal fez à escola -aprender a aprender- voltaria a reinar? Não? É que está de volta e em pleno florescimento. Não estou a falar de incentivar à autonomia do pensar e do fazer, o que é muito positivo, mas de, pura e simplesmente, deixar os miúdos mais ou menos à sua sorte pensando que já têm idade e maturidade de adultos.

Pessoas que percebem tanto de didáctica de educação como eu percebo de finanças fazem palestras a incentivar uma maneira de não ensinar que se traduz por, grosso modo, os miúdos estudarem sozinhos, sendo os professores uma espécie de emplastros, digo eu. Como muitos professores novos não são do tempo desta parvoíve que tanto mal fez, acham isto uma novidade gira e embarcam nestes enganos, sem perceber que estão a demitir-se das suas responsabilidades e a deixar os miúdos mal. 

 

publicado às 10:14


O papel dos repórteres é reportar

por beatriz j a, em 20.02.17

 

 

O que se retira desta conversa é que erros construídos sobre erros são o caminho para o desastre. Trump só é possível por causa dos erros anteriores acumulados e o que interessava agora era denunciar os erros actuais e combatê-los. E isto é válido para qualquer país ou política e estes dois dizem-no muito bem.

 

 

 

publicado às 04:57

 

 

... é também a incompetência e o factor 'deslumbramento' social ou, dito de outro modo, o provincianismo de que falava Eça e que se traduz em, 'nem penses que te deixo incomodar o banqueiro riquíssimo que faz o favor de me incluir no seu círculo social'.

 

Quedas do BES e do Banif podiam ter sido evitadas

Perito independente do FMI diz que "estatuto social" dos banqueiros e desejo de evitar mais um resgate levaram a ignorar problemas

 

 

publicado às 10:38


Erro nº 1

por beatriz j a, em 24.06.16

 

Brexit

Países fundadores da UE reúnem-se de emergência

 ...para analisar as consequências do Brexit... ministro alemão Frank-Walter Steinmeier será o anfitrião...

 

Numa altura em que tudo que se diz e faz pesa e tem significado simbólico e prático, os países fundadores escolheram reunir-se à margem do resto dos países apesar de andarem a dizer que os 27 continuam fortes. Que mensagem isto manda ao resto dos países? Que a UE tem membros de 1ª categoria -os que decidem- e de 2ª categoria -os que se submetem. 

Não aprendem nada com os erros. Ainda nem perceberam porque é que as pessoas votaram para sair, porque é que outros pela Europa também já querem um referendo. É impressionante... isto vai ser dramático porque a UE não tem líderes à altura das circunstâncias.

 

 

publicado às 16:51


Ensinar as crianças a banalizar a violência

por beatriz j a, em 23.05.16

 

 

 

The University of Canterbury team said child’s play was becoming brutal, with a higher proportion of weapons appearing among Lego’s building blocks and war-like scenarios featuring in its themed kit sets.

“The Lego company’s products are not as innocent as they used to be,” lead researcher Christoph Bartneck said.

 

“The violence in Lego products seems to have gone beyond just enriching game play.”

 

An analysis found that weapons had steadily become more commonplace and were now included in 30% of Lego kits.

 

Se isto é assim nos Legos, imagine-se nos outros jogos que já eram, por si mesmos, de cariz violento. E ainda há quem se admire que a violência nas escolas tenha aumentado, apesar de se educar os miúdos, desde pequenos, a banalizar a violência. E para quê? Para uma empresa aumentar os lucros...

 

 

publicado às 06:06


O massacre dos inocentes

por beatriz j a, em 25.08.15

 

 

 

Khaled al-Assaad tinha 82 anos  

 

 

Conforme relatado pelo site da Direcção-Geral de Antiguidades e Museus, o Professor Assaad foi executado de forma bárbara ao ser decapitado no pátio do museu de Palmyra, em seguida, seu corpo foi movido e pendurados nas colunas antigas que ele supervisionou a sua restauração no centro da antigo e histórico da cidade de Palmyra.

Assaad é um dos notáveis ​​da cidade de Palmyra e é conhecido por sua moderação intelectual e religiosa.

"Foi o chefe das antiguidades de Palmira por mais de 50 anos e estava reformado há 13. Tinha 82 anos", acrescentou.

O grupo Estado Islâmico acusa-o de ser leal ao regime sírio, ao representar o país em conferências no estrangeiro com "infiéis".

 

Há acontecimentos tão chocantes que uma pessoa não consegue processá-los. Esta execução faz-me lembrar a tortura e execução de March Bloch -cujo livro ando a ler- às mãos dos nazis, embora pior, porque o acto de decapitar tem uma intenção óbvia de degradar a pessoa e porque Assaad, ao contrário de Bloch, não pertencia a nenhuma resistência, a nenhum exército, a não ser o dos inocentes e, era uma pessoa de boa vontade dedicado ao conhecimento e ao serviço da História Humana no que esta tem de melhor. Talvez por isso mesmo o tenham destruído deste modo. Entretanto o EI fez explodir um templo em Palmira porque o seu objectivo é o mesmo de Lenine quando mandou matar toda a família do Czar: impedir qualquer réstea de esperança [e de memória] de restauração do que era. Como dizia Arendt:

“To them, violence, power, cruelty, were the supreme capacities of men who had definitely lost their place in the universe and were much too proud to long for a power theory that would safely bring them back and reintegrate them into the world. They were satisfied with blind partisanship in anything that respectable society had banned, regardless of theory or content, and they elevated cruelty to a major virtue because it contradicted society’s humanitarian and liberal hypocrisy.(...)

For legends attract the very best in our times, just as ideologies attract the average, and the whispered tales of gruesome secret powers behind the scenes attract the very worst.
The Origins of Totalitarianism

(Um texto bonito sobre Palmira, ontem no Público: Choro ruínas como choro pessoas de Sofia Lorena)

 

publicado às 16:53


Os dois grandes erros dos gregos

por beatriz j a, em 14.07.15

 

 

 

O primeiro foi começar a jogar. Durante estes seis meses de negociações os dois gregos não jogaram, quer dizer, não havia ali bluffs nem póker, havia decisão, convicção e frontalidade. Vinham com intenção de pôr as contas da Grécia em dia, romper com as décadas de corrupção que puseram a Grécia de joelhos, infundir um espírito de mudança democrática em Bruxelas, equilibrar o poder dos países do Norte com um poder a Sul para uma Europa mais equitativa, justa e democrática, enfim, repôr o projecto europeu.

Enquanto não jogaram estiveram sempre por cima. A certa altura, vendo que não iriam conseguir demover os interesses da Alemanha (subestimaram muito a força alemã e sobrestimaram muito as virtudes democráticas dos países ditos desenvolvidos) e vendo-se encostados à parede depois de meses ali sozinhos com todos contra si, decidiram jogar. Tsipras marcou um referendo para saber da vontade do povo pois não tinha sido eleito para assinar uma capitulação da soberania mas nunca pensou que o 'não' ganhasse e, ao ser surpreendido pelo seu próprio sucesso, perdeu o pé e cometeu dois grandes erros: o primeiro foi sacrificar o seu ministro das finanças que era a sua muralha... isso foi uma capitulação face ao Schlaube que enfraqueceu muito a sua posição porque mostrou que a vontade de acordo era maior que a vontade de soberania... nunca a Alemanha sacrificaria o seu ministro para agradar aos gregos; o segundo erro foi usar o referendo como um trunfo num jogo que não estava seguro de ser capaz de jogar, sobretudo depois de ter dito aos gregos que a única coisa de que temos que ter medo é o próprio medo... é certo que ele estava numa posição insuportável há meses... ele e o outro, sozinhos contra aqueles sabidos sem escrúpulos mas mesmo assim, foram dois erros muito grandes.

Acabou sozinho fechado no gabinete do Tusk, rodeado da alemã e do francês que o intimidaram de todos os modos e feitios e que o impediram até, segundo o Times, de falar com o Juncker, com quem ele pediu para falar, a certa altura.

Uma tragédia para os gregos, uma farsa do directório do Eurogrupo.

 

 

publicado às 23:42


O erro da Rússia?

por beatriz j a, em 27.12.14

 

 

 

Rússia classifica NATO como principal ameaça à segurança nacional

 

Ter ido longe demais na Ucrânia. Se tivesse ficado pela anexação da Crimeia o resto do mundo protestava mas acabava por olhar para o lado pois quem quer começar uma guerra -esse caos que uma vez iniciado não se sabe como acabará- num tempo em que o poder de nos destruirmos todos uns aos outros já passou da mera hipótese académica? Só um louco! O Putin acabou por cometer o mesmo erro que o Ocidente cometeu quando teve mais olhos que barriga e quis a Ucrânia na Nato sem pensar na situação particular deste país. Agora quem se sobreavaliou foi o Putin e está enfiado numa alhada porque nem mesmo os seus aliados tradicionais o apoiarão em mais que palavras e gestos, nunca em actos militares.

Acho que a lição que se tira desta crise que ainda agora vai no início é que os EUA a Rússia deviam reajustar-se a um mundo onde cada vez há menos lugar para as suas estratégias de ganância. Por outro lado, à UE ficava-lhe bem repensar os motivos que estiveram na sua origem e ser mais prudente nas suas estratégias expansionistas.

O mundo já não é o playground e a mercearia do Ocidente.

 

 

publicado às 12:02


Sempre as mesmas pessoas com os mesmos erros

por beatriz j a, em 16.11.14

 

 

 

'Há escolas que fazem batota nas avaliações'

Segundo o ex-ministro da Educação, as provas nacionais deviam ser feitas a partir de um banco de perguntas testadas

 

Os responsáveis pelos pelouros são sempre os mesmos e repetem os mesmos erros até à exaustão. O ex-ministro refere os EUA como modelo... os EUA estão com problemas gravíssimos na educação, não só por terem destruído a profissão de professor, mas também por serem obcecados com os exames de um modo que as escolas, para não ficarem na miséria, fazem tudo quanto é batota nas notas dos alunos.

Por cá estamos a muitos quilómetros de distância destas práticas. Mas não por muito tempo, pois os nossos responsáveis almejam tornar-nos autómatos dos exames. O que aliás já fizeram. Repare-se que nesta entrevista, Justino, ao mesmo tempo que se mostra obcecado por exames, bancos de questões de exames, levar tudo a exames, etc., pretende que os professores diversifiquem as avaliações e promovam outros tipos de trabalhos que não concorrem para que os alunos se tornem hábeis em passar exames. Ele quer tudo e, o seu contrário também, o sol na eira e a chuva no nabal:

- exames com testes com máxima fiabilidade, o que obriga a uma uniformização empobrecedora do ensino, da aprendizagem e da avaliação e, ao mesmo tempo, alunos criativos, capazes de trabalhos de pesquisa e de aprofundamento de matérias. Isto tudo, claro, com os professores com vinte e cinco, ou mais horas lectivas, cheios de turmas com trinta alunos, oitocentos mil papéis para produzir e alunos que podem dar mil faltas sem chumbar.

Depois diz que as escolas fazem batota... precisávamos de gente com uma outra inteligência que visse os problemas por uma óptica que não fosse a da gestão de supermercado.



publicado às 18:33


Ucrânia, acto V

por beatriz j a, em 08.03.14

 

 

 

“(...) Podemos assegurar à Rússia que não é nosso objetivo seduzir a Ucrânia para a NATO”, Zbigniew Brzezinsk, geopolítico e estadista norte-americano.

.

Agora é tarde para dizer isso, não? Isso é como os brasileiros dizeram agora, depois dos estádios e hotéis construidos, que afinal não queriam o mundial de futebol... 

 

Ainda agora, a UE, em vez de emendar o passo que deu e que encostou o 'urso' à parede forçando-o a investir em fúria, faz ameaças... é que não aprendem com coisa nenhuma... nem com erros que fazem, nem com o passado... e é esta gente que manda em nós e nos envia troikas para nos destruir.

 

O mundo tem falta de líderes com visão e inteligência. Talvez precise de mais mulheres...

Ucrânia: Obama e Hollande consideram tomar «novas medidas» em relação à Rússia

 

 

publicado às 21:05


🐸 A troika em Portugal

por beatriz j a, em 16.01.14

 

 

Dívida das empresas públicas sobe 565 milhões de euros após a chegada da troika...

e

 

A Troika como nunca a viu

 

 

publicado às 13:54


As palavras também são coisas

por beatriz j a, em 24.08.13

 

 

 

 

...Disruptive

 

But when Broad’s “change agents” move into the institutions they’ve been taught to shake up, as dozens have now done, we can see how disruption, well, disrupts—not just “the status quo,” but peoples’ lives. Teachers quit en masse or are fired. Nearby schools close, forcing students to travel to distant ones. School boards divide and bicker. Parents picket. Broad-affiliated superintendents all over the country—Atlanta; Philadelphia; Rochester, New York; Sumter, South Carolina—have resigned or been forced out after no-confidence votes, corruption or cheating scandals, or, in one case, the discovery of alleged irregularities with a doctorate degree. (That last superintendent then went to the Gates Foundation and is now in charge of Los Angeles’s school system.) “The disruption was expected to produce innovation,” writes school-reform critic Diane Ravitch in a book, Reign of Error, to be published this fall. “More typically, it produced turmoil and demoralization.”

 

publicado às 08:39


Exames e resultados de exames

por beatriz j a, em 02.08.12

 

 

 

 

Os resultados dos exames da 2ª fase de exames foram, em geral, baixos. A 'filosofia' que domina a realização e correção dos exames fará com que os resultados sejam cada vez piores, mesmo que as provas não sejam difíceis.

 

Pretendeu-se, com os exames, anular toda e qualquer possibilidade de subjectividade nas correcções de modo a garantir que os alunos concorram exactamente nas mesmas condições aos lugares das universidades. Este é o princípio que orienta a realização e correcção de exames.

 

Este princípio conduz a vários erros dos quais destaco apenas alguns:

 

1º erro - em vez de os exames serem um instrumento do ensino e da aprendizagem, é o ensino e a aprendizagem que se tornam instrumentos dos exames; quer dizer, cada vez mais todo o ensino está orientado para a realização de exames: os professores, em vez de ensinarem os conteúdos e desenvolverem as potencialidades/capacidades/competências dos alunos, têm que ser gestores de estratégias para a passagem dos exames.

Quanto mais andamos para cima no grau de escolaridade, mais isto se vê devido à complexidade das matérias.

Isto acontece em todas as disciplinas embora se note ainda mais em disciplinas onde as matérias são menos doutrinárias ou dogmáticas, pois nas disciplinas muito dogmáticas como a Matemática existe a noção que, de qualquer modo, o ensino e a aprendizagem são já, por si mesmos, muito uniformes.

Em disciplinas como  o Português ou a Filosofia, isto nota-se muito mais. Aos poucos os professores tornaram-se repetidores que estreitam as aulas de modo a caberem no tipo de questões que saem no exame, o modo como essas questões são feitas e a maneira priviligiada pelas correcções. É assim que:

 

2º erro: os exames, para darem conta da diversidade de pedagogias e didácticas, ou seja, para anular ao máximo a diversidade entre modos de ensinar e de aprender, foram modificados até tornarem-se ou doutrinários, como o de Filosofia ou, aberrantes como o de Português. No exame de Filosofia, para além de vários grupos com questões de escolha múltipla (muito ao gosto da tendência analítica americana...), há questões do género, 'Diga dois argumentos a favor do determinismo e um contra'. Tudo descontextualidado da problemática onde estas questões se inserem, de modo que, para serem treinados nestas respostas, implicitamente é necessário que descurem a reflexão totalizadora que é própria da Filosofia.

No exame de Português, as questões de interpretação são orientadas ao ponto de se dizer ao aluno qual a linha onde se deve ir buscar a resposta, só faltando dizer que é a palavra a seguir à segunda e mesmo antes da quarta...

É assim que se 'garante' que todos respondem a mesma coisa. É sacrificando a inteligência do ensino e da aprendizagem. Repare-se que os testes de exame não são difíceis, não, mas também não permitem diversidade e riqueza e, um aluno pode ser muito bom e saber muito mas, se não foi amestrado para acertar naquela palavra ou frase que o exame requer, pode até ter má nota.

Isto é tão assim que se inventaram os testes intermédios para medir se os repetidores (os professores) estão todos a repetir as mesmas instruções, ao mesmo tempo e da mesma maneira em todas as escolas, muito acertadamente, apelidadas de 'unidades de gestão'...

 

3º erro: esta subalternização do ensino e da aprendizagem à realização de exames vai conduzir, necessariamente (já o está a fazer) a uma uniformização redutora e empobrecedora da educação que contraria os seus princípios orientadores expostos na Constituição.

Nas escolas, todos os processos tendem a uniformizar-se desde as pedagogias aos critérios e ponderação de critérios de avaliação, a pretexto de tudo ter de ser decidido, em função do treino dos alunos para exame, pois disso depende a nota da escola e o seu financiamento.

É certo que esta uniformização e empobrecimento inscrevem-se, penso, num movimento global que tem a ver com a sociedade estar já sob o domínio da inteligência artificial e dos processos matemático-estatísticos extremamente redutores. Programas informáticos aconselham (podem aconselhar um percurso num mapa, um artigo a ler, uma compra a fazer), organizam-nos (como cidadãos, contribuintes, trabalhadores) e uniformizam-nos (como exemplo extremo, na China todas as pessoas que tenham, nos nomes e apelidos, caracteres não reconhecíveis por computador, são obrigados a mudar os nomes usando uma lista oficial fornecida para esses casos).

Por cá, as correcções de testes são feitas introduzindo números em tabelas segundo regras definidas de intervalos iguais para todos os correctores de maneira a impossibilitar a que o professor use a sua experiência de educador e avaliador para destacar uma resposta brilhante, um aluno de recursos superiores.

As coisas são feitas com algoritmos de modo a poderem ser tratadas por programas informáticos. Ou seja, em última análise o ensino e a aprendizagem devem modelar-se a exames que por sua vez são modelados por programas informáticos.

A uniformização do ensino é o seu empobrecimento: um ensino onde a excelência está do lado do repetidor que macaqueia na perfeição o tipo de perguntas e respostas habituais nos exames (conheço até quem diga explicitamente aos alunos que têm que responder nos testes com frases decoradas do manual pois é assim que terão que responder nos exames!). Como a maioria dos professores não estão dispostos a transformarem-se em meros repetidores -felizmente-, quanto mais os exames se afastam da dinâmica das disciplinas (e é essa a tendência) piores as notas.

(Isto é um bocadinho como o que se passa na ginástica nos Jogos Olímpicos, onde dantes havia uma nota para o virtuosismo dos atletas e deixou de haver com o argumento de que isso introduzia subjectividade nas avaliações. A consequência é que as prestações tornaram-se todas mais ou menos iguais, apenas diferenciadas pelo maior ou menor rigor técnico. Grande parte do fascínio que alguns exercícios tinham, perdeu-se, pois ser genial pode dar origem a uma pior nota...)

 

4º erro: numa decisão completamente absurda mas que se compreende nesta filosofia de uniformização artificial, transformou-se a correcção de exames numa especialidade. Escolhem-se meia dúzia de professores para se endoutrinar nesta 'filosofia' de correcção técnica e assim se assegura que praticamente todos os professores se conformem àquelas correcções. Quanto menos correctores existirem melhor se controla o processo de serem todos iguais...

Ora, isto tem como consequência um divórcio da maioria dos professores relativamente à correcção de exames, o que aprofunda a clivagem entre, ensino e aprendizagem em contexto de aula e, o treino para exames. Explicando: quando todos os professores eram correctores, estavam por dentro das correcções de exame, do tipo de erros que geralmente os alunos cometiam, dos critérios que valorizam uma resposta, etc., estavam, por isso mesmo, sensibilizados, naturalmente, para o processo dos exames. Agora que os correctores são meia dúzia, isso passa um bocado ao lado dos outros que vão divorciando-se desse processo todo e não treinam os alunos convenientemente para este tipo de exames.

Gostava de saber se, desde que este tipo de exames e correções foram introduzidos não se assistiu a uma tendência para que os melhores resultados sejam os dos alunos dos professores que usualmente corrigem exames...

 

Este são só alguns dos erros que, em minha opinião -a opinião de quem dá aulas há vinte e quatro anos, tendo realizado e corrigido milhares de provas e exames- fazem com que os resultados não tenham tendência para melhorar e o ensino em geral esteja numa rota de empobrecimento generalizado, independentemente dos alunos e dos professores poderem até ser excelentes.

 

publicado às 15:00


Comichão

por beatriz j a, em 14.03.12

 

 

 

 

E quando os alunos que temos na página do Facebook escrevem mensagens uns para os outros cheias de erros ortográficos e uma pessoa não pode dizer nada porque não vai meter-se no meio da conversa dos miúdos nem dar uma de prof. nas redes sociais? Meu Deus, que comichão....brrr.

 

publicado às 20:33


coisas tristes que dão que pensar

por beatriz j a, em 13.07.11

 

 

 

Uma pessoa nasce e começa logo a ser medida e comparada com as medidas dos outros. Daí em diante andamos sempre a ser avaliados, medidos, comparados, numa vida inteira de stress, ansiedade, de competição...no fim morre-se... tudo por conta da sociedade viver obcecada em medir e avaliar e comparar tudo até à destruição.

Algumas ideias científicas, sendo muito boas em certos campos, desvirtuam-se quando se alargam a outros a que não deviam aplicar-se, pois é como tentar medir qual das mães tem mais amor pelos filhos a partir dos batimentos cardíacos ou outra coisa qualquer mensurável e daí retirar uma conclusão sobre o mérito de se ser mãe...

O Darwinismo aplicado à sociedade e ao trabalho indiscriminadamente é uma perversidade e tem sido causa de grandes males e ineficiências. Onde se devia estar a promover a cooperação promove-se a competição malsã, desvirtuam-se as relações entre as pessoas que deviam colaborar e é claro que isso destrói o processo e os resultados do trabalho.

As pessoas, na sua maioria, gostam de trabalhar bem e de se sentir úteis e competentes no trabalho. Aliás, quando não se sentem competentes entram em depressão com ansiedades, etc. O que me custa a entender é que as pessoas que estão à frente dos cargos e influenciam os processos sejam tão ignorantes e cegas que não vejam que um trabalhador cujo trabalho está mal enquadrado e mal orientado não consegue trabalhar.

O que reparo é que, sempre que um chefe tem a inteligência de enquadrar correctamente o trabalho dos seus subordinados eles começam a produzir e a progredir e têm satisfação nisso. É triste. As pessoas querem trabalhar, querem ser boas no trabalho e atam-lhes as mãos. Avaliação não é isto. É outra coisa inteiramente diferente.

É uma pena que a maior parte dos chefes seja gente 'sem umas tintas de filosofia' como dizia o Descartes... e fazem todos a mesma coisa...

Outro dia que andava com a Cecília numa caminhada na Serra e reparei num rebanho de ovelhas que saiam do curral para ir pastar. Iam em fila indiana. Não que não tivessem espaço para espalhar-se, mas porque seguiam a que ia à frente. Quando esta parava paravam todas atrás dela...isto dá que pensar.

 

publicado às 21:04


Os sete grandes erros do mundo, segundo Gandhi

por beatriz j a, em 15.06.11

 

 

 

 

Gandhi, na sua pesquisa sobre as raízes da violência, deixou escrito para o seu neto, Arun Gandhi, 'Os Sete Erros do Mundo'. São eles:

 

. riqueza sem trabalho;

. prazer sem consciência;

. conhecimento sem carácter;

. ciência sem humanidade;

. comércio sem moralidade;

. devoção sem sacrifício;

. políticas sem princípios.

 

Gandhi chamava a estes actos, 'violência passiva'. A prevenção é a melhor maneira de evitar chegar a picos de violência, tanto na vida particular como na pública.

A esta lista Gandhi acrescentou 'direitos sem responsabilidades'.

Alguns destes erros estão interligados.

Parece-me que estes erros não se relacionam apenas com a violência mas também com a falência e a decadência das sociedades. Olhando para a nossa sociedade, nestes últimos -bastantes- anos todos estes erros foram cometidos, o que não será alheio à situação em que estamos.

 

 

publicado às 10:35


percepção

por beatriz j a, em 21.07.10

 

 

 

As pessoas vêem o que querem, o que julgam, o que pensam que sabem, mas não o que lá está.

No entanto, raramente põem em dúvida a sua percepção das coisas, antes duvidam do que lá está.

publicado às 08:22


G(r)ave

por beatriz j a, em 23.06.09

 

 

PÚBLICO

Exames nacionais do ensino secundário
História A com erro corrigido no início da prova 
23.06.2009 - 19h27 Bárbara Wong

No fim da página seis do exame de História A, feito esta tarde pelos alunos do 12.º ano, há uma nota de rodapé que informa os alunos sobre quem é Mikhaïl Gorbatchev: "Secretário-Geral do PCUS e dirigente da URSS (1985-2001)". O erro das datas, Gorbatchev foi dirigente até 1991 e não 2001, foi detectado a tempo e os estudantes foram informados durante a realização do exame.

 

Mais outra. Só erros e gafes. Uma equipa para fazer um exame e não é capaz de produzir um teste sem erros. Gostava de ver esta gente a fazer dezenas de testes por ano, no meio do resto do trabalho. Seria o pânico.

 

 

 

publicado às 23:37

 

 

 

Prova de Biologia corrigida no site de Ministério um dia depois da realização do exame 
18.06.2009 - 15h57 Clara Viana

O erro que constava na prova de Biologia e Geologia ontem realizada por cerca de 37 mil alunos foi corrigido hoje pelo Ministério da Educação. Conforme o PÚBLICO noticiou, no enunciado do exame do 11º e 12º anos, numa legenda a um perfil de uma caldeira vulcânica, designava-se como epicentro (ponto à superfície) o que de facto era o hipocentro (a região profunda onde os sismos têm origem).

 

O costume. É este o modus operandi da casa da senhora ministra justamente desprezada por toda a gente que tem dois dedos de testa e brio no trabalho: brigadas de pessoal a fazer um teste (têm um ano para o fazer?), fazem-no com erros e depois tentam que ninguém veja, ou mentem, ou tentam apagar - enfim, assumir a incompetência é que não.

Céus! Desde que esta senhora foi para lá não há um anito sem incidentes nos exames.

Mas os professorzecos é que não prestam.

Nunca mais nos vimos livres disto?

 

 

publicado às 18:58


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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