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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Sempre me fez confusão os autarcas não perceberem a importância da arquitectura na vida das pessoas. É uma pena que aqui em Setúbal, durante dezenas de anos, entre os anos 80 e 2000, se tenha construído à toa sem nunca haver mão de arquitecto em coisa alguma. Quando vim morar para aqui a cidade era campestre. Tinha a zona da baixa, já degradada e à volta eram quintas todas arborizadas. Vi-a crescer mal, sem rumo, sem consideração pelas pessoas que a habitam. Desapareceram as zonas verdes, não há zonas comuns, há edifícios a um metro uns dos outros. Os autarcas desses vinte anos de construção cúbica deviam pagar um taxa de não-sol: como é possível que numa cidade que é um anfiteatro natural virado para o rio e para o mar tenha sido construída de costas voltadas para essa baía e seja escura, bruta e feia? Lá está... é a questão da educação... os brutos autarcas entendem a arquitectura como um luxo e não percebem que a produtividade das pessoas e o seu bem estar físico e psicológico depende muito da organização e construção do contexto em que vivem. Somos seres orgânicos, não somos mecânicos.
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