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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Um dos problemas da escolas são as equipas que se eternizam nos cargos -o Director é nomeado e nomeia os seus acólitos. Depois instalam-se nos cargos durante anos, décadas. Nos primeiros dois anos ainda querem mostrar trabalho, daí para a frente vão baixando os padrões. Ao fim de um certo tempo o que há são vícios de perpétua instalação, virtudes poucas.
Imagine-se o que é ter um Sócrates, uma Lurdes Rodrigues, um Valter Ramos ou até alguém muito mais benigno como uma Alçada à frente duma escola, durante dez ou quinze anos com as suas equipas escolhidas a dedo... pois é isso o que acontece nas escolas... como é possível mudança se a própria estrutura está pensada para que nada mude? Pois precisamos de interruptores de instalação, isto é, factores que interrompam o processo de instalação a qualquer custo destes poderes, porque uma vez instalados e cheios de vícios paralizam a mudança: todos os canais de transformação são evitados ou fechados e as pessoas deixam de ouvir ou até ostracizam todos os que não contribuem para a perpetuação da sua instalação.
Enquanto o poder central não perceber isto e pensar que é bom ter caciques nas escolas a quem mandar nenhuma transformação positiva de envergadura acontecerá.
As escolas têm um potencial de recursos humanos -os professores, sim- completamente desprezado e desaproveitado. Pessoas com formação superior, algumas com doutoramentos até, em praticamente todas as áreas do saber, das artes às ciências da Natureza, passando pelas Humanidades e Matemáticas...mas em vez de aproveitarem esse capital, agridem-no e diminuem-no. Lideres que têm à sua disposição milhares de profissionais graduados nas mais diversas áreas e que não sabem pô-los a trabalhar como interruptores de instalação, geradores de mudança positiva.
Que outra profissão tem esta riqueza de capital profissional? É triste.
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