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O que faz gostar de ensinar?

por beatriz j a, em 15.05.17

 

 

* Na idade em que apanho os alunos, entre os 15/16 e os 18/19 anos, ainda estão a definir-se, ainda são pessoas optimistas, idealistas, capazes de mudar (depois disso começa a ser difícil mudar porque a maioria das pessoas cristaliza) e sendo eu uma optimista, acredito que é pela educação que se vão mudando as sociedades. 

 

* Temos um impacto positivo na vida dos alunos (se nos deixarem trabalhar e não nos sabotarem). Não em todos, claro, mas em muitos. Temos o poder de ajudar, de orientar, de inspirar. Uma sala de aula é um pequeno modelo de sociedade: o que fazemos e como o fazemos mostra as possibilidades positivas de uma sociedade.

 

* Uma pessoa pode dar aulas vinte anos e continua a ser surpreendida porque os seres humanos não são iguais, as dinâmicas das turmas não são iguais e isso obriga-nos a maleabilidade, a estar alerta e despertos. Temos que estar sempre em bicos de pés, não nos podemos acomodar. 

 

* O prazer gratificante de ver no olhar de um aluno aquele brilho de quem acabou de ligar os pontos e compreender as coisas.

 

* Acompanhar a evolução dos miúdos desde o 10º ao 12º ano. Ver o crescimento, a maturação intelectual... ver um ser humano em construção é uma coisa extraordinária.

 

* A maioria dos adolescentes tem qualquer coisa interessante que nem sempre é fácil descobrir mas, descobri-lo é um desafio que gosto.

 

* Uma pessoa aprende muito com os alunos porque os adolescentes não têm filtros sociais e dizem-nos, por palavras ou comportamentos, o que pensam de nós e do nosso trabalho: aprende-se a ser paciente, a desvalorizar certas atitudes que noutro contexto não aceitaríamos, aprende-se a ter uma visão abrangente, aprende-se a reconhecer padrões de evolução, aprende-se a aceitar as nossas próprias insuficiências.

 

* É fantástico quando uma turma, ou até um aluno apenas, se apaixona pelo conhecimento e desata a querer saber tudo, a questionar tudo, a entusiasmar-se com tudo e a evoluir duma maneira que nem acreditamos (tenho uma turma de 12º ano que é assim desde o 10º ano).

 

* Damos por nós a emocionarmo-nos de cada vez que um aluno supera dificuldades e consegue atingir objectivos.

 

* É giro ver os miúdos serem críticos, criativos e organizarem-se quando têm o controlo de certas tarefas.

 

* De vez em quando encontramos ex-alunos e damo-nos conta do impacto que tivemos na sua aprendizagem e crescimento intelectual. Isso é extremamente gratificante.

 

* Gerir o tempo de trabalho mesmo que isso me faça trabalhar a maioria dos fins de semana.

 

* Reconhecer o potencial de um aluno difícil e insconsciente do seu valor, ter a coragem de não desistir dele e ser capaz de ajudá-lo a libertar esse potencial, é uma sensação de realização como não há outra.

 

* Ensinar é, sobretudo, divertido, quando tudo corre excelentemente bem numa aula e vemos que os alunos estiveram entusiasmados, o que não é o pão nosso de cada dia e, nunca é garantido, por muito bem que se prepare as aulas.

 

* Obriga-nos a ter uma atitude positiva e a reavaliar constantemente o que fazemos e como o fazemos.

 

* Praticamente todos os anos fazemos amigos entre os alunos.

 

* Até os alunos que não gostaram de nós nos ajudam: mantêm-nos os pés na terra.

 

* Quando as aulas correm bem é como se aquela sala de aula fosse a totalidade do Universo e enquanto estamos ali tudo faz sentido, mesmo o que não faz sentido e, tudo podemos.

 

* Ensinar é o contrário de aborrecimento. Não há dois dias iguais, apesar de haver rotinas e padrões.

 

* A maioria dos miúdos quer muito acertar na vida e não sabe como e podemos ajudar alguma coisa, ser a oportunidade que precisam.

 

* É claro que poder passar parte do dia mergulhada na Filosofia é meio caminho andado para gostar de dar aulas. E como a Filosofia que se faz neste nível é básica, estamos sempre numa actividade de discussão de problemas fundamentais.

 

 

publicado às 18:40


Dos alunos

por beatriz j a, em 29.11.16

 

 

Hoje a aula de Psicologia foi diferente :) Os alunos estão a apresentar trabalhos. Duas alunas apresentaram um trabalho sobre o desenvolvimento cognitivo segundo Piaget. Então, trouxeram para a aula, de supresa, os irmãos mais novos: um rapaz e uma rapariga de cinco anos. Depois fizeram experiências aos miúdos com plasticinas, copos de água, moedas de chocolate, cubos... mas aquilo muito sério, tudo explicado e enquadrado na matéria com os conceitos devidos do estádio em questão, etc. Opá... que engraçados...

 

 

publicado às 14:12


Coisas que me fazem rir

por beatriz j a, em 30.10.16

 

 

Quando vou ao Kindle e ao iBooks e começo a passar os livros em destaque acho-os caros (20 e 30 dólares!!), até que chego à secção de livros free ou de preços que vão até 5 dólares, no máximo: são livros de filosofia (obras completas de filósofos todas de borla ou por 3 dólares), são os clássicos e outros livros interessantes de ensaístas, poetas, etc. Uma pessoa constrói uma biblioteca com livros que são praticamente impossíveis de encontrar em papel, de borla ou por uma meia dúzia de dólares!! Acho lindo!! :)) 

 

 

publicado às 18:51


Alguém nasceu com vocação para maestro

por beatriz j a, em 22.10.16

 

 

 directament do FB

 

 

publicado às 17:38


Do baú das memórias :)

por beatriz j a, em 08.09.16

 

 

O FB hoje perguntou-me se me lembrava disto? Claro que lembro. Foi lá para 2008 ou 2009, numa visita de estudo que fizémos à Faculdade de Ciências da Rua da Escola Politécnica (adorei o museu de Geologia) e a uma exposição na Gulbenkian sobre Darwin. Fiquei tão fascinada com o museu de Geologia que durante um mês massacrei toda a gente à minha volta com as pedras e a maquete das minas da Panasqueira e o sistema de oxigenação das minas e o diabo a nove.  ahahahah

Gostei imenso desta visita de estudo. Eu estou ali à frente, sentada no chão.

 

 

 

publicado às 08:02


A minha turma do 10º ano

por beatriz j a, em 26.09.14

 

 

 

Uma das minhas turmas do 10º ano tem imensos alunos ainda com 14 anos completamente imersos no senso comum. Acreditam tudo o que vêem, tudo o que ouvem... Acham tudo na Filosofia tão estranho e 'maluco' que riem-se de tudo. Metade deles estão chocados e a outra metade acha que a Filosofia é coisa de gente que não bate bem - a começar por mim, calculo eu. Andamos a discutir um texto desde o início do ano e ainda nem vamos a meio porque cada frase do texto dá azo a grandes discussões e indignações da parte deles. Saio das aulas como se tivesse andavo a cavar à torreira do sol durante 2 horas: hoje, a certa altura, tinha aí uns dez com o braço no ar, cada um com uma pequena lista de perguntas para fazer lol

A Filosofia nesta turma está a ser uma descoberta violenta. Mas interessante. Não há um segundo de monotonia naquelas aulas :))

 

 

publicado às 19:42


descobertas

por beatriz j a, em 09.11.09

 

 

Hoje fui beber um cafezinho a um sítio, que pelos vistos não éassim tão novo, mas que eu só há pouco tempo conheci. É uma casa antiga, na baixa, transformada em restaurante, bar, sala de chá, etc. Pode ir-se lá a qualquer altura do dia ou da noite e enquanto uns vão para refeições outros vão para um drink ou um chá ou o que queiram.

O que eu acho graça é o facto de ser uma casa, antiga, com jardim interior. Eu, como não sou de cá, não conheço as casas daqui. Conheço apartamentos de amigos, mas não as casas, tipo vivendas antigas onde moram os pais, tios, avós, etc. De modo que entrar ali foi uma descoberta. Uma faceta da cidade que não conhecia.

O sítio tem uma decoração própria de uma casa de classe média antiga provinciana. Móveis antigos, objectos muito kitsch, andorinhas de louça na parede, naprons, etc.

Muito giro.

 

 

 

publicado às 22:39


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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