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Não tem trapio, como se diz em linguagem taurina, para uma praça de primeira categoria como é o Expresso. Nem como sobrero.

É que isto não é análise que se faça enquanto director de um dos jornais mais importantes. Uma pessoa que quisesse ficar com uma ideia do currículo ou do perfil político dos ministros escolhidos ou ainda dos problemas que pode representar a junção de várias pastas em alguns ministérios, por exemplo, não ficaria nem um bocadinho esclarecida. Esta análise parece um comentário amador numa passagem de modelos do género, 'esta côr é gira e aquele ali é baixo para usar aquela roupa, etc.'

Medíocre, muito medíocre.

 

 

DEPOIS DA PRIMEIRA IMPRESSÃO

Ricardo Costa

rcosta@expresso.impresa.pt

Não era o governo que se esperava. Como sempre, bons nomes darão maus ministros e segundas escolhas vão surpreender. Acredito que a próxima impressão será melhor do que a criada ontem

 

N

ão vale a pena disfarçar. O governo que Passos Coelho levou ontem a Belém é pior do que se esperava. Tem bons nomes, é certo, e pode vir a funcionar bem. Mas não cria a ideia imediata de que este é um governo de exceção. E não cria porque, pura e simplesmente, não é. As expectativas criadas apontavam para uma seleção nacional. Não é o caso.

Este tipo de leitura rápida tende a ser injusta. Já todos vimos excelentes escolhas darem ministros irrelevantes e vice-versa. Teremos surpresas, boas e más. Para já, temos nomes. Paulo Portas é a escolha óbvia para MNE. Experiente, vai ter agora de mostrar que domina os temas europeus enquanto a

Europa se desfaz e ninguém acredita em Portugal. Portas vai ter de trabalhar lado a lado com o ministro das Finanças. E este é o grande problema de Vítor Gaspar. A sua experiência como economista (no BCE e no BdP) vai ser posta à prova num momento dramático da política europeia. Não tenho dúvidas de que vai controlar a despesa mas verá os mercados olharem para Portugal pelo seu real valor: dois por cento da economia europeia.

Álvaro Santos Pereira aproximou-se cedo de Passos. Vem do Canadá e vai perceber depressa que ser ministro da Economia hoje é quase fazer banca de investimentos. Receber na mesma pasta as Obras Públicas, o Trabalho e as Telecomunicações é muito para quem não tem experiência política ou executiva. Pires de Lima ou Lobo Xavier davam mais garantias. Mas o PSD quis a pasta.

Foi nesta troca que o CDS descobriu a pasta económica. Juntou a agricultura e o Mar ao Ambiente, concentrando 90 por cento dos fundos comunitários na pasta. Assunção Cristas não percebe nada do assunto mas vai fazer um bom cargo. Não é uma contradição, é mesmo assim. Só um mau político é que faz um mau lugar num ministério destes.

Nuno Crato é o grande nome deste governo. Mas as suas ideias são radicalmente diferentes das teorias que fizeram escola no PSD e no PS durante décadas. Os professores vão ficar aterrados. Mário Nogueira já deve estar a tomar um balde de alka-seltzers. Mas a verdade é que Crato tem o problema de Santos Pereira. Terá de aprender a fazer política a este nível e isso não é fácil. Não é este o problema de Paulo Macedo. Quem dominou os impostos domina a máquina da saúde. Mas a sua experiência como administrador da Médis não é um grande cartão de visita. Não falo dos ministros mais políticos mas deixo uma palavra para Mota Soares. Tem boa capacidade de trabalho e foi treinado por Bagão Félix. É o exemplo claro de que uma segunda oportunidade pode criar uma primeira impressão. Ah, já me esquecia: o governo mais pequeno impressionou alguém?

 

 

publicado às 11:22


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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