Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Uma colega contou-me ontem que há tempos inscreveu-se para dar formação nas Novas Oportunidades: cem horas. Disse-me que nunca mais o voltaria a fazer porque foi uma experiência muito má.
As pessoas que se inscrevem para as Novas Oportunidades aparecem a pensar, convencidos por alguém, que a história de vida de cada um é equivalente ou igual a uma formação académica. Por isso, não se vêem como pessoas em formação mas como pessoas que não têm nada a aprender com ninguém. Disse-me ela que nos portfólios que têm de construir com a história de vida dizem coisas sem nenhum conteúdo objectivo e escrito de tal modo que na maior parte das vezes nem se percebe o que estão a dizer. Mas não aceitam correcções e dizem imediatamente aos professores formadores que aquilo é a história de vida deles e que portanto não é para ser criticada ou corrigida. À sugestão de aprenderem a contá-la com melhor linguagem e mais objectividade ofendem-se e dizem que não têm nada a aprender com ninguém porque já trabalharam muitos anos, etc.
Ou seja, alguém convence estas pessoas que experiência de vida e saber académico são coisas equivalentes de tal modo que as pessoas não têm consciência das lacunas nos seus saberes e não aceitam ser formados, reagindo até com uma certa agressividade à mera sugestão de corrigirem o modo como apresentam os trabalhos.
É por isso que as pessoas das Novas Oportunidades deveriam sujeitar-se a examens nacionais iguais aos outros para obter certificação. A coisa como está feita é um embuste e uma injustiça para quem estuda no ensino regular.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.