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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Estive a ver este filme. Passado na Alemanha nazi acompanha a vida e escolhas de um homem à medida que os nazis vão tomando o poder. Como evolui (in-volui, melhor dizendo) de um professor de literatura, um homem sério, aparentemente íntegro e dedicado à família para um SS. Como atraiçoa o seu melhor amigo e como se apercebe de tudo já demasiado tarde pelo facto de gostar das indulgências que vêm com o poder, o dinheiro, o status. Vamos acompanhando a sua degradação moral e as racionalizações que faz para evitar ver-se naquilo que se tornou.
Vemos este processo repetidamente em muitas pessoas e circunstâncias da vida, salvo as devidas distâncias, claro. Vemos pessoas atraiçoarem-se a si e aos amigos por cargos, poder, dinheiro, fama...triste espectáculo.
Hoje abri um jornal, na net e vejo um grande título: uma entrevista a Júlia Pinheiro em que ela diz que não tem nada a ver com os programas que faz e que se pudesse fazia coisas de outra ordem. 'Se pudesse'? Como assim? Poder, pode, é só dizer 'não, não quero'...mas tinha, talvez, de prescindir dasfortunas que ganha e da fama e tal...pois. Esta semana também a Amazon.com justificava ter à venda um Guia Para Pedófilos molestarem crianças sem serem apanhados pela polícia com o argumento da liberdade de expressão...quer dizer, querem lucrar compactuando com os criminosos mas sem que isso belisque a sua reputação de respeitabilidade. é exactamente o caso do filme: alguém que quer gozar a vida com o que ela tem de bom; para isso compactua com o que sabe ser mal; mas esforça-se para não ter que sujar as mãos e para que isso não belisque a sua respeitabilidade.
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