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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
"A confusão do Ministério da Educação [ME] é grande", acusa Rui Martins, da Federação Regional das Associações de Pais de Viseu. "No dia 30 de Março, a proposta do ministério era encerrar cinco escolas e um jardim-de-infância. A 29 de Abril, eram 11 escolas e dois jardins-de-infância. A 19 de Maio já eram oito escolas." Se o rácio proposto pelo ME fosse cumprido, encerrariam, no concelho de Viseu, 23 estabelecimentos. "E a câmara tem modernizado todo o parque escolar, com custos a rondar os 3 milhões de euros", garante Rui Martins. "Este é o panorama da autarquia de Viseu. Basta multiplicar estes valores pelas restantes câmaras para ter uma ideia do esbanjar de dinheiro."
As queixas são consensuais: houve desperdício, sobretudo porque no entender dos autarcas a última decisão do ME passa por cima daquilo que foi homologado, nos últimos anos, nas cartas educativas. "No Baixo Alentejo, e perante a desertificação, o limiar de 11 alunos sempre foi considerado consensual", diz Francisco Caldeira Duarte.
por exemplo:
(escola)Várzea de Abrunhais, Lamego
Tem 24 alunos e no próximo ano lectivo já não abre as portas. Ganhou, em 2009, o prémio de uma das escolas mais inovadoras do mundo, atribuído pela Microsoft, pela maneira como as novas tecnologias são aplicadas ao ensino. Em Setembro, os alunos serão transferidos para o novo centro escolar da Ferreirinha, a seis quilómetros.
A outra acabou com os professores, esta acaba com as escolas.
Quando acabar o mandato e lhe perguntarem, 'então o que fizeste pela educação durante o teu mandato', a resposta dela será, 'fechei escolas, demiti pessoas, despedi professores, prometi que mexia no estauto do aluno para repôr a autoridade dos porfessores, prometi que ia melhorar o número de alunos por turma e os horários dos professores, mas menti...bem, na realidade, pela 'educação', não fiz nada. Mas tratei da minha vidinha.'
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